A vacinação contra a covid-19 no Brasil desacelerou em
maio. De acordo com cálculo do UOL feito com base nos dados
levantados pelo consórcio da imprensa, o país tem registrado menos aplicações
de doses na média diária neste mês do que em abril. E, com o iminente
"apagão de doses" por causa de atrasos
envolvendo a chegada de insumos para produção dos imunizantes, a
situação não deve melhorar.
Até 18 de maio, em média, o país vacinou cerca de 681 mil pessoas por dia contra o novo coronavírus no mês. O número representa uma queda de 17% em relação a abril. No quarto mês do ano, a média foi de cerca de 822 mil pessoas recebendo a primeira ou a segunda dose por dia. O Brasil tem capacidade para vacinar cerca de 2,4 milhões de pessoas por dia, mas faltam imunizantes.
Para o presidente do Conass (Conselho Nacional dos
Secretários de Saúde), Carlos Lula, o dado gera preocupação em um cenário com
atrasos na entrega do insumo para produção das vacinas e, consequentemente, na
entrega das doses. "A gente vai ter uma diminuição nesses números para
patamares ainda menores. Vamos ter entrega do ministério nesta semana e não
sabemos quando vai ter a próxima", diz. "E era para a gente estar
acelerando o processo de vacinação."
Atrasos e terceira onda
O receio em razão dos atrasos cresce por causa do aumento
de casos em alguns estados, e o crescimento da lotação de leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva), como
tem se verificado em São Paulo.
Carlos teme os efeitos da soma entre a chegada de
uma terceira
onda da pandemia no país e o "apagão de vacinas". "E a
gente tem que se preparar para isso nas próximas semanas. Infelizmente, isso
vai acontecer."
O Brasil deverá ser afetado por problemas na produção de
doses da CoronaVac e da vacina
AstraZeneca. Segundo projeção feita para o UOL, cerca de metade
dos estados deve ficar sem estoque da CoronaVac, imunizante que tem o menor
intervalo entre a aplicação das duas doses na comparação com as outras duas
vacinas usadas no país. São 28 dias contra três meses das vacinas AstraZeneca e
da Pfizer.
Em um cenário de "apagão", estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiros ainda não completaram o esquema vacinal com a aplicação da segunda dose. O Ministério da Saúde, porém, diz que "estados que reportaram falta de doses para completar o esquema vacinal foram atendidos nas últimas pautas de distribuição" de doses. Por Nathan Lopes do UOL, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário