Os senadores da CPI da Covid votarão nesta quarta-feira, 26, requerimentos de convocação de governadores e prefeitos para que prestem depoimento sobre a aplicação do dinheiro destinado ao combate à pandemia e os problemas enfrentados na condução da crise. O objetivo da cúpula da CPI é neutralizar críticas, inclusive nas redes sociais, de que a comissão tem como foco exclusivo o presidente Jair Bolsonaro.
A convocação dos governadores, porém, é polêmica e deve
ser transformada em convite, não havendo obrigatoriedade de comparecimento.
Motivo: o artigo 50 da Constituição permite somente a convocação de autoridades
diretamente subordinadas ao presidente da República, como ministros.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM),
tem sido alvo de ataques de aliados de Bolsonaro. O argumento da tropa de
choque bolsonarista é de que, com um mês de trabalho, a comissão só ouviu até
agora nomes ligados ao governo.
Até nove governadores devem ser chamados - entre os 12
que constam da lista de requerimentos já apresentados. Para os senadores de
oposição, no entanto, o maior interesse está no depoimento de um político hoje
sem mandato: o ex-governador do Rio Wilson
Witzel (PSC).
Ao contrário dos governadores que estão no exercício do
cargo, Witzel - afastado da função por um impeachment - deve ter mais
dificuldades em conseguir uma medida judicial que evite sua ida à CPI. Além
disso, o ex-juiz federal pode estar interessado em abastecer a comissão com
informações sobre eventuais malfeitos do governo Bolsonaro, de quem foi aliado
e com quem rompeu politicamente antes de sofrer o impeachment.
A estratégia de antecipar a convocação de governadores e
prefeitos foi decidida na noite desta segunda-feira, dia 24, em uma reunião da
qual participaram sete dos 11 senadores titulares da CPI. Os quatro senadores
governistas não estavam presentes. Pelo Twitter, Aziz disse que serão convocados
"pelo menos" nove governadores e 12 prefeitos e ex-prefeitos. O
ex-ministro da Saúde Eduardo
Pazuello, que depôs na semana passada, também deverá ser reconvocado. Para
o relator da CPI, Renan
Calheiros (MDB-AL), Pazuello "tripudiou" sobre os
brasileiros ao aparecer com Bolsonaro em um ato político realizado no Rio, no
último domingo. Nem o general nem o presidente usavam máscara. (Estadão)

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