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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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domingo, 9 de maio de 2021

Crise da Covid tira 6,6 milhões de mulheres do emprego

A taxa de desocupação entre mulheres (16,4%), no quarto trimestre de 2020, foi maior do que entre homens (11,9%), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, e apresentou aumento em relação ao início de 2020, quando era de 14,5%. Mas o número que chama mais atenção é o de pessoas fora da força de trabalho — aquelas que não estão trabalhando nem tomando providência efetiva para conseguir emprego — que cresceu de modo significativo durante a pandemia do novo coronavírus.

Pesquisadores apontam que essa é uma característica da crise sanitária — o crescimento do número de pessoas que deixam a atividade por doença ou por outros motivos, e não retornam imediatamente ao mercado de trabalho. Dentre essas pessoas, as mais atingidas são as mulheres, sobretudo as mães solos. Entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período do ano passado, 6,6 milhões de mulheres deixaram a força de trabalho, enquanto no caso dos homens, o número foi de 4,2 milhões.

Moradora de Guarulhos (SP), Susana Mattos, 29 anos, é uma das brasileiras que está fora da força de trabalho. Ela perdeu o emprego em abril do ano passado, em consequência de uma demissão em massa feita pela empresa na qual trabalhava. Como estava empregada havia menos de seis meses, não recebeu o seguro-desemprego, e a casa passou a depender 100% da remuneração do marido, que cuida das despesas essenciais. Susana diz contar também com um auxílio-merenda de R$ 80 e com doações. “Nossa alimentação é meio precária. Apenas o básico”, diz.

Sem poder recorrer a creches, e com os filhos fora da escola, devido à suspensão das aulas, ela passou a cuidar deles, ficando apenas em casa, sem exercer nenhuma atividade remunerada. “Queria trabalhar, mas não tenho com quem deixar meu filho mais novo, e tenho ficado com ele em casa desde então. No começo da pandemia, fiquei bem perdida, me cobrava demais. Mas fiz duas mentorias sobre organização do lar e gestão do tempo, e estou me saindo melhor. Porém ainda fico muito triste por não ter encontrado uma saída, uma outra renda. Me sinto incapaz”, conta. Por: Correio Braziliense.

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