“Presente em todos os municípios brasileiros, os
Correios, além de entregar correspondência e produtos, presta vários serviços
em suas agências, principalmente nas cidades interioranas. Apesar de toda essa
gama de serviços e do crescimento no patrimônio líquido da companhia, o Governo
Federal, depois da Eletrobras, quer entregar os Correios à privatização”,
lamentou Gonzaga Patriota.
O socialista ainda lembra que ao vender os Correios,
milhares de trabalhadores serão demitidos e o Governo Federal estará destruindo
mais uma das mais importantes empresas públicas do país. “Ao vender os
Correios, empresa que tem lucro bilionário, milhares de trabalhadores, suas
famílias e, principalmente, os usuários, serão brutalmente afetados, num
momento onde o número de desempregados já é assustador, por conta da pandemia
da Covid-19. Os Correios são um patrimônio brasileiro e devemos lutar para
preservá-lo”, avalia.
O sucateamento dos Correios também foi lembrado pelo
deputado. “Em 2011, por exemplo, eram em média 128 mil trabalhadores. Hoje esse
número está defasado e, claro, que sem repor vagas, sobrecarrega os carteiros e
funcionários e precariza os serviços prestados à população. O que os Correios
precisam é que olhem para ele, invistam e valorizem o que ele representa”,
salientou o socialista.
Desde 2010, os Correios tiveram lucro acima de R$ 1
bilhão de reais. Apenas em 2012 (R$ 1,113 bilhão). Entre 2013 e 2016, a estatal
acumulou um prejuízo de R$ 3,943 bilhões, fruto de problemas de gestão e
provisões para fazer frente aos rombos nos planos de Previdência (o Postalis) e
de Saúde (o Postal Saúde), dos funcionários. A partir de 2017, a empresa
começou a reverter os prejuízos, mas o desempenho melhorou mais, em 2020,
quando veio na esteira da expansão do comércio eletrônico — modalidade que teve
aumento de demanda, com a pandemia da Covid-19 e o maior número de pessoas em
trabalho remoto.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entregou em
mãos o projeto de privatização dos Correios ao presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), em 24 de fevereiro. No dia 20 de abril, os deputados aprovaram
requerimento de urgência para a proposta, o que permite que ela seja pautada a
qualquer momento, na Câmara dos Deputados. O texto não define qual será o modelo
de privatização, mas abre caminho para a venda dos Correios, ao liberar à
iniciativa privada, a operação de serviços que hoje são de monopólio da União.

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