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| Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem |
Até então, Pernambuco reconhecia poucos segmentos como
essenciais. Entre eles, supermercados, padarias, distribuidoras de gás e água,
farmácias e postos de gasolina, por exemplo. Desde o início da pandemia, a
realização de cultos religiosos - independente da religião - é polêmica, já que
vários estudos provam que o risco de contrair o novo coronavírus é maior em
ambientes fechados.
Riscos
Em novembro, pesquisadores
da Universidade de Stanford publicaram um ranking dos lugares com maior risco
de contaminação. De acordo com o estudo, igrejas estão no 6º lugar no
levantamento dos lugares mais perigosos. Para se ter uma ideia, elas estão
à frente de consultórios médicos (7º lugar) e mercados (8º lugar), mas são
locais menos perigosos do que restaurantes (o local mais perigoso) e academias
(2º). O estudo analisou o comportamento de 98 milhões de pessoas, de acordo com
o jornal O Estado de São Paulo e foi publicado pela revista científica
Nature.
Os cientistas alertam que quando as pessoas cantam ou
falam alto, como é visto em cultos e celebrações de vários segmentos religiosos
diferentes, a possibilidade de contaminação aumenta, mesmo quando há
distanciamento social de dois metros entre uma pessoa e outra.
Para exemplificar, o estudo relata o caso de um surto de
covid-19 em um coral nos Estados Unidos. Apesar de manterem protocolos durante
ensaios, 32 cantores do grupo ficaram doentes.
Em entrevista ao Estadão, o pesquisador da Universidade
de Vermont (EUA) e membro do Observatório Covid-19 BR, o físico Vitor Mori,
disse que, além do “risco muito alto” de transmissão, igrejas podem funcionar
como eventos de “superespalhamento”. “A força motriz por trás da pandemia é
ligada a esses eventos, onde muitas pessoas se infectam ao mesmo tempo.
Normalmente acontecem em espaços fechados, com muita gente, onde as pessoas
estão cantando ou gritando”, explicou.
“Álcool em gel e medição de temperatura são inúteis na
transmissão pelo ar, que é a principal da covid”, acrescenta o
pesquisador.
A Associação Médica Americana (AMA) foi contrária à
reabertura de templos em um processo na Justiça dos Estados Unidos. Para a AMA,
os eventos religiosos têm vários “fatores de risco” para a proliferação do
vírus. “Grandes grupos de pessoas entram em um recinto fechado, sentam-se ou
ficam em pé perto um do outro por uma quantidade significativa de tempo e,
normalmente, falam e cantam”, argumentou a entidade. (Rádio Jornal)

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