“A situação que a gente vive hoje é de uma falta de
alternativa muito grande para os pais que estão em trabalho remoto, muitas
vezes sem ajudante em casa, e que precisam de alternativa para a recreação da
criança no momento que precisam trabalhar ou fazer atividades domésticas. A
questão é que o uso da tela se tornou muito mais que uma alternativa, tornou-se
a única via e isso nos preocupa”, diz a coordenadora do Programa Primeira
Infância Plena da UFMG, Delma Simão.
A pesquisadora explica que até 1 ano de idade não é
recomendada nenhuma exposição à tela. Depois disso, a indicação varia conforme
a faixa etária sendo que, até os 6 anos de idade, período que corresponde à
primeira infância, as crianças não devem passar mais do que duas horas por dia
na frente de dispositivos eletrônicos. “Quanto mais uma criança fica conectada
à tela, mais desconectado é o cérebro da criança, então mais difícil é para
essa criança tomar decisões adequadas, pertinentes a uma sociedade saudável”,
explica a pesquisadora.
Os prejuízos de uma exposição excessiva às telas, para as
crianças, de acordo com Delma, são muitos. Entre eles: dificuldade de
aprendizagem, dificuldade de interação social, dificuldade de criar vínculo,
dificuldade de se adaptar ao meio social e aos desafios que a sociedade impõe,
prejudicando ainda o chamado controle inibitório que, de forma simplificada, é
a habilidade de controlar respostas impulsivas e esperar a própria vez. No
mundo virtual, a criança clica e recebe o conteúdo instantaneamente,
prejudicando o desenvolvimento dessa habilidade. Por Rede TV.

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