Leonardo Martins e José Dacau, do UOL, em São Paulo
Com adesão de milhares de pessoas, o ato contra o
governo Jair
Bolsonaro bloqueou os dois sentidos da avenida Paulista e ao menos
sete quarteirões da via foram tomados por manifestantes na tarde de hoje. A
tônica do ato foi a defesa do impeachment do presidente e críticas à sua gestão
durante a pandemia —o
Brasil superou hoje a marca de 460 mil mortos por covid-19.
O protesto em São Paulo —que
também aconteceu em ao menos 22 estados e no Distrito Federal—
virou uma grande aglomeração, frustrando orientações de distanciamento social.
A adesão ao uso de máscaras foi contudo massiva. Pouco depois das 18h,
manifestantes desceram a rua da Consolação e, às 19h45, o protesto foi
encerrado na altura da Praça Roosevelt sem a ocorrência de incidentes.
Boulos defende impeachment de Bolsonaro
O candidato derrotado do PSOL à Prefeitura de São Paulo
Guilherme Boulos fez um discurso duro na Paulista. Ele
pediu o impeachment do presidente, chamou Bolsonaro de "verme" e
defendeu as pessoas que decidiram ficar em casa e não ir ao ato.
"Chegou a hora de a gente dar um basta, tirar o
Bolsonaro do governo porque nós não vamos esperar sentados até 2022. Não vamos
esperar ver nosso povo morrendo, sangrando. Vamos seguir até derrubar o
genocida Jair Bolsonaro", disse Boulos.
O foco da grande maioria dos manifestantes foi o impeachment
de Bolsonaro. Um grupo de samba em um carro
de som cantou músicas pedindo a saída do mandatário. "Ele não dá mais.
Fora Bolsonaro. A gente aqui quer viver", dizia a letra.
"Mesmo com medo da aglomeração que poderia ocorrer,
nós viemos. Tudo por causa do descaso do governo que fica fazendo piada de tudo
o que está acontecendo. E porque o outro lado [apoiadores do presidente] está
fazendo protesto", justificou a auxiliar de marketing Fabiana Rodrigues ao
ser questionada sobre o que a levou à manifestação.
"Está valendo a pena participar, mesmo com
aglomeração porque a população já fica aglomerada todos os dias no transporte
público", disse o autônomo André Abílio.
Cartazes também zombavam do general Eduardo Pazuello,
ex-ministro da Saúde. Um grupo montou um boneco do ministro com um cartaz
escrito General Pesadelo.
O boneco inflável que ironiza Bolsonaro, batizado de
Capitão Cloroquino, foi erguido por integrantes do movimento Fora Bolsonaro/Acredito
e virou atração no protesto.
As organizações estudantis UNE, Ubes e UJS e a frente
Povo Sem Medo estavam à frente do ato. Aos gritos de "Fora Bolsonaro,
genocida", estudantes sustentaram cadeiras sobre as cabeças reivindicando
mais verba para educação.
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