Em meio à pandemia do coronavírus, o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza triplicou, e atinge cerca de 27 milhões da população brasileira. O levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) também aponta que muitas famílias tentam sobreviver com o valor de R$ 246,00 por mês, e as mulheres são as mais vulneráveis. Para quem sobrevive com esse valor, deixar de comprar o gás de cozinha, significa a compra de outros itens de comida no prato.
“Esse fogão pra mim foi uma realização de um sonho. Ele
diminuiu o tempo que eu gastava na cozinha fazendo comida e também o uso do gás
de cozinha. Com galhos secos do quintal, o forno esquenta e a gente consegue
assar tudo nele. Para mim é uma conquista ter esse fogão, sempre quis fazer,
mas as condições não permitiam. E chegou a CMN para presentear a gente, e com
certeza será útil para a minha produção”. Contou a agricultora Maria de Lourdes
Nascimento que representa uma das 80 mulheres que são acompanhadas pela Casa da
Mulher do Nordeste e foram beneficiadas com a tecnologia do fogão
agroecológico, por meio do Projeto Mulheres Construindo Tecnologias e Gerando
Renda no Sertão do Pajeú, com o apoio da Fundação Banco do Brasil e do Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
Na comunidade de Sítio Retiro, no município de São José do Egito, mora a agricultora Poliana Maria, mãe de dois filhos, tanto ela, como sua irmã e sua mãe foram contempladas com a implantação do fogão agroecológico. A tecnologia contribui para a renda da família e do grupo produtivo na comunidade. “Eu já estou fazendo a produção nele pra levar pra feira agrícola, como pamonha, doce, bolo de milho verde, de mandioca e de caco. Também utilizo em casa para cozinhar o almoço, o café, a janta. Só vi benefício com o fogão”, disse. O consumo de gás de cozinha reduziu também em decorrência do maior uso do fogão agroecológico. Além disso, ela conta que a tecnologia também contribui para o meio ambiente. “Para fazer o fogo a gente usa aqui restos de galhos secos, resto da caatinga morta, e assim a gente preserva a natureza”.
Sobre o fogão agroecológico
O Fogão agroecológico é uma tecnologia social
desenvolvida e construída pela Casa da Mulher do Nordeste agregando elementos
trazidos pelas mulheres beneficiadas. Todo o processo de desenvolvimento e
implementação da tecnologia, acontece de forma participativa. A dinâmica de
construção se dá a partir de oficinas práticas que possibilitam a replicação da
tecnologia. No Sertão do Pajeú, as oficinas foram realizadas em Afogados,
São José do Egito, Ingazeira, Solidão, Tabira, Itapetim, Flores e Mirandiba.
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