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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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sábado, 5 de junho de 2021

O Brasil está retrocedendo e Bolsonaro e a covid-19 são os mais recentes desastres

Num determinado dia de abril, quando os hospitais brasileiros estavam sem oxigênio e três mil pessoas morriam diariamente em decorrência da covid-19, o chefe de gabinete de Jair Bolsonaro, Luiz Eduardo Ramos, 64 anos, foi vacinado. Era a sua vez e ele tomou a vacina em segredo. Seu chefe era contra a vacina. Indagado porque o Brasil estava bloqueando a aprovação da vacina da Pfizer, o presidente fez uma piada dizendo que vacinas transformavam as pessoas em jacarés.

O fato de Ramos, general quatro estrelas e o comandante das tropas de manutenção de paz no Haiti, ter se vacinado furtivamente revela o quão profundo o Brasil desabou sob a condução de Bolsonaro, cuja carreira como capitão do Exército se destacou apenas quando foi preso por insubordinação.

Ramos confessou ter sido vacinado durante uma reunião que não sabia que era irradiada. “Como todo ser humano, quero viver”, disse ele.

Antes da pandemia, o Brasil já estava doente há uma década, econômica e politicamente. Com Bolsonaro como seu médico, agora está em coma. Mais de 87 mil brasileiros morreram por causa da covid-19 em abril, o maior número mensal de mortos registrado no mundo inteiro na época. As vacinas são tão escassas que pessoas com menos de 60 anos de idade não serão vacinadas antes de setembro. E 14,4% dos trabalhadores estão desempregados, um recorde.

Mas em 1º de maio, os bolsonaristas, com camisetas estampando a bandeira brasileira, foram às ruas.

Sem se abalar com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a condução da covid-19 pelo presidente, eles aplaudiram sua recusa em usar máscara, seu apoio à hidroxicloroquina e o seu desejo de enviar o Exército para as ruas e obstruir as ordens para as pessoas permanecerem em casa. Seus admiradores em São Paulo pediam “intervenção militar”. Uma mulher disse a um visitante que o Brasil jamais teve uma guerra civil. “Está na hora” afirmou ela.

Mude o português pelo inglês e o verde e amarelo pelo vermelho, branco e azul, e a manifestação poderia ser nos Estados Unidos no ano passado. Bolsonaro tomou emprestado as táticas de Donald Trump para vencer a eleição em 2018: populismo, nacionalismo, chauvinismo e fake news. O Brasil estava traumatizado com a corrupção, recessão, a piora dos serviços públicos e o crime violento. Os brasileiros estavam fartos de políticos incapazes de resolver esses problemas. Bolsonaro canalizou essa frustração.

E se apresentou como um outsider, embora tenha passado 27 anos como deputado, gerando notícia apenas quando dizia algo ofensivo contra as mulheres, os povos indígenas e os gays. Admirador da ditadura militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985, ele sempre posou com seus polegares e indicadores apontados como se estivesse atirando com uma arma. Veja matéria na íntegra aqui. Fonte: Estadão

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