Esperança e fé têm marcado os dias da vendedora Luciete
de Almeida. Devota de São Francisco de Assis, ela não vê a hora de voltar a
frequentar a igreja católica do bairro onde reside e que leva o nome do santo,
situado na periferia de Afogados da Ingazeira.
Com a expansão territorial da localidade ao longo dos
últimos vinte anos, a pequena igreja dedicada a São Francisco, construída nos
anos 1960, e que tinha capacidade para, no máximo, 60 pessoas, não comportava
mais o crescente número de fiéis e acabou sendo demolida. “Agora, vamos
ganhar uma igreja de verdade”, espera Luciete, ansiosa.
A vendedora, que participa ativamente do movimento
religioso na comunidade, refere-se à construção da nova paróquia, pertencente à
Diocese de Afogados da Ingazeira.
A obra começou a ser erguida no ano passado mas caminha a
passos lentos devido à pandemia do novo coronavírus. Sem recursos financeiros
para continuar com o projeto, a comissão que está à frente da construção teve
que se valer até agora do dinheiro apurado com a ajuda dos próprios moradores
do bairro.
Também tem procurado angariar recursos com a promoção de
rifas, festivais de prêmios e bazar, montado todo sábado na feira livre da
cidade. Só com mão de obra, todo mês são gastos cerca de R$ 4 mil.
Para concluir a edificação, erguida numa área de 300
metros quadrados, são necessários aproximadamente R$ 250 mil. A área construída
está cercada por arames, o que não evita de estar sendo utilizada indevidamente
por desocupados.
Padre Luiz Marques, ou Padre Luizinho, como é mais
conhecido, tem-se mostrado apreensivo com o desenvolvimento do projeto.
“Além de poder haver depredação, o próximo inverno pode
afetar bastante o que já foi feito”, relata o pároco.
Estão faltando o telhado, portas, janelas, toda parte
elétrica e hidráulica, acabamento e estrutura interna. A madeira para colocar
no telhado já foi doada, mas ainda não chegou no local por causa das chuvas no
Pará, onde foi comprada, e também por conta da pandemia. Além da área dedicada
às celebrações, a matriz deve ganhar uma sacristia e secretaria.
Atualmente, as missas acontecem no salão paroquial ou
dentro da própria construção, respeitadas as normas de prevenção e controle
contra a pandemia.
“Em meio a tantas dificuldades, a fé do povo fez com que
a construção continuasse, mesmo sem ser dentro do esperado. Permanecemos
trabalhando e pedindo a colaboração de todos os que se sentirem tocados a nos
ajudar”, pontua Padre Luizinho, que é uma das grandes lideranças religiosas do
Sertão pernambucano.
Desde o início dos anos 1990 até agora, pelas paróquias e
cidades por onde passou, o sacerdote deixou sua marca.
Em São José do Egito fundou o lar do idoso Casa da Divina
Misericórdia; em Ingazeira criou centros pastorais na própria sede do município
e no distrito de Santa Rosa e em Carnaíba lançou a festa em homenagem ao
compositor Zé Dantas, além de ter reformado várias igrejas.
Quem quiser colaboração com a construção da paróquia de
São Francisco de Assis pode fazer o depósito no Banco do Brasil, na conta
7172-2, agência 0570-3 ou pelo Pix: 09.654.914/0020-03.

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