Em virtude da manifestação pública intitulada “Fora
Bolsonaro”, de cunho nacional e organizada por diversos movimentos e entidades
da sociedade civil, prevista para ocorrer no dia 19 de junho, inclusive no
Recife, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou à Secretaria de
Defesa Social (SDS) que determine ao Comando Geral da Polícia Militar de
Pernambuco (PMPE) que o policiamento dos atos se dê dentro da legalidade.
Cabe à Corregedoria Geral da SDS, por sua vez, expedir provimento
recomendatório ao policiamento a ser empregado e garantir que haja um Grupo Tático
para Assuntos Correicionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao
término, analisando o desempenho dos policiais militares.
As manifestações de 19 de junho tendem a ser de grande vulto em todo o Brasil,
especialmente nas capitais, causando a adesão de muitas pessoas nas passeatas
de rua. As convocações nacionais partem de diversas entidades sociais,
movimentos estudantis, centrais sindicais e partidos políticos como Central
Única dos Trabalhadores, Força Sindical, Intersindical, Pública, Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Central de Movimentos Populares,
Frente Brasil Popular, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Brasil Popular,
Povo Sem Medo, União Nacional dos Estudantes, entre outros.
Assim, a PM deve evitar o emprego inadequado de armas, tanto letais quanto não
letais, durante o ato. Também é necessário o uso adequado dos cadarços de
identificação, em local visível no uniforme operacional e nos coletes
balísticos por parte de todo o efetivo policial designado a acompanhar as
passeatas.
O 7º promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos
Humanos da Capital, Westei Conde y Martin Júnior, lembrou da recente
intervenção da PMPE na última manifestação “Fora Bolsonaro”, ocorrida em 29 de
maio de 2021, que gerou resultados violentos, provocando cegueira monocular em
dois transeuntes e possíveis lesões corporais em outros manifestantes. As
denúncias de agressão geraram um inquérito civil no MPPE para investigar
possíveis violações de direitos humanos, materializadas em atuação ilegal e
arbitrária, cometidas pela PMPE.
“O dever de preservação da ordem pública imposto à PMPE, notadamente no
exercício da fiscalização do cumprimento de eventuais medidas sanitárias
restritivas impostas pelo Governo do Estado, não elide a necessidade de
observância dos direitos das pessoas — entre outros, à vida, à liberdade, à
integridade física e psicológica, à liberdade de expressão e de reunião
pacífica em locais abertos ao público — participantes ou não do ato público em
questão”, frisou o promotor de Justiça.
“No eventual emprego de técnicas de detenção ou dispersão de manifestantes e
demais pessoas, a PMPE deve evitar a utilização de métodos que provoquem
sofrimento desnecessário, não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força
e o emprego inadequado de armas e de instrumentos de menor potencial ofensivo,
especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido por bala de borracha”,
advertiu Westei Conde y Martin Júnior.
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