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| (Getty Images/iStockphoto) |
Cálculos de quem participa da discussão na Agência Nacional de Energia Elétrica apontam que a tarifa cobrada pela bandeira vermelha 2 na conta de luz pode sofrer reajuste de cerca de 76%.
A tarifa do patamar mais alto, que atualmente é de R$
6,24 para cada 100kwh consumidos, pode passar de R$ 11, segundo apuração
da CNN. O anúncio do novo valor está previsto para esta terça-feira, dia
29. Este patamar mais alto reflete a disparada no custo de geração de energia
no país.
Por causa da crise hídrica, que levou reservatórios das
hidrelétricas ao menor nível das últimas décadas, a geração tem sido garantida
pelo acionamento das termelétricas movidas a gás, carvão e óleo combustível.
O custo desta categoria é o mais alto do mercado e terá
que ser repassado ao consumidor. O governo garante que não será necessário
adotar nenhum tipo de racionamento de energia. Porém, o reajuste da tarifa da
bandeira vermelha forçará, pelo preço, uma redução do consumo.
O consumo de energia médio das famílias brasileiras é de
165 kwh, ou seja, praticamente todos serão atingidos pelo reajuste. Para
Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a Aneel não
tem outra opção, senão equalizar o preço da conta de luz ao custo que as distribuidoras
já estão pagando pela compra de energia gerada pelas termelétricas.
“Esses R$ 6,24 atuais já não são suficientes para evitar
o buraco no caixa das distribuidoras. Se não fizer o ajuste agora, ele terá que
ser feito no ano que vem, na revisão tarifária geral. O aumento para cerca de
R$ 11,00 corrige o problema de caixa das empresas. A distribuidora não ganha
nada com isso, ela apenas repassa os valores entre as geradoras e os
consumidores”, explica Adriano Pires.
A Aneel anunciou que a bandeira vermelha patamar 2 estará
em vigor em julho. Será o segundo mês consecutivo da cobrança adicional no
patamar mais caro. A crise hídrica deve manter a medida em vigor pelo menos até
novembro. Em maio, vigorou a bandeira vermelha 1.
Entre janeiro e abril, o custo do consumo foi reajustado
pela bandeira amarela.A conta de luz tem um peso de 4% no cálculo do IPCA, mas
tem influenciado muito a alta da inflação em 2021.
A pedido da CNN, o economista André Braz, da FGV,
calculou os possíveis impactos do ajuste na tarifa da bandeira vermelha.
Segundo ele, a alta pode chegar a 76% se o valor do custo adicional chegar a R$
11,00.“Com aumento de 76% da bandeira tarifária 2, a conta de luz terá alta de
10,5% no IPCA de julho.
Pela média de consumo das famílias, isso daria cerca de
R$ 11 a mais na conta de luz”, explica André Braz.O ministro Bento Albuquerque
vai fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão às 20h
desta segunda-feira.

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