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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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domingo, 12 de setembro de 2021

Contra Bolsonaro, MBL e Vem Pra Rua querem ato apartidário

As manifestações pelo impeachment de Jair Bolsonaro marcadas para hoje ocorrem em meio ao esforço dos organizadores para manter um caráter apartidário e sem palanques para 2022. Os protestos foram convocado por movimentos de centro-direita e depois reforçados pela adesão de centrais sindicais e do PDT de São Paulo, mas sem a participação de PT e PSOL e de setores da esquerda organizados numa campanha paralela, que também pede a saída do presidente.

Este é o primeiro ato de rua organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), pelo Vem Pra Rua e pelo Livres na campanha pelo impeachment de Bolsonaro. Estão previstos atos em 15 capitais do País. Mesmo que tenham objetivo em comum com a esquerda, a aproximação é um tabu, uma vez que esses movimentos ganharam projeção nacional durante a campanha pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

O protesto de hoje é encarado pelas lideranças como uma oportunidade de resposta aos atos bolsonaristas de 7 de Setembro, quando manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar no País, e o presidente afirmou que deixaria de cumprir ordens judiciais do ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A carta na qual Bolsonaro sinalizou um recuo, publicada na quinta-feira, foi encarada com ceticismo pelos organizadores.

Até a semana passada, organizadores do ato de hoje defendiam uma oposição tanto a Bolsonaro quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2022. Após conversas com centrais sindicais, porém, o MBL concordou em revogar o mote “nem Lula, nem Bolsonaro” e focar apenas no impeachment do presidente, como mostrou a Coluna do Estadão. Ainda assim, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, não aderiu à manifestação.

Enquanto alguns líderes acreditam em uma aproximação entre as duas campanhas, ainda há hostilidade em relação ao PT entre integrantes do MBL e do Vem Pra Rua. “Entendo que essa manifestação não comporta uma pauta favorável a Lula”, disse a porta-voz Luciana Alberto, do Vem Pra Rua. “Tenho muitos amigos de esquerda que não votam no PT e que vão aparecer na manifestação. São todos bem-vindos, mas entendemos, por outro lado, que o PT não está interessado no impeachment de Bolsonaro.”

“Há um tabu e não é nem dos movimentos, é da própria população, das pessoas que vão lá se manifestar”, afirmou a porta-voz do MBL Adelaide Oliveira. (Estadão)

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