A meta de inflação deste ano é de 3,75%, com limite superior de tolerância de 5,25%. Mas esse teto já foi superado no acumulado em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde março, quando somou 6,10% e o indicador não parou mais de subir. Naquele mês, o Copom iniciou o novo ciclo de alta da Selic (taxa básica da economia), que estava no piso histórico de 2% anuais, e tudo indica que deverá continuar os juros, pelo menos, até abril ou maio do ano que vem.
A Selic está em 7,75% ao ano e as apostas para a próxima reunião do Copom estão concentradas em uma alta de 1,50 ponto percentual, o que levará os juros básicos para 9,25% neste fim de ano. Antes, havia uma expectativa de que o choque monetário fosse maior (de, no mínimo, 1,75 ponto porcentual), porque as previsões para a inflação de 2022 indicam estouro do teto da meta, de 5%. Mas, como a conjuntura econômica não está favorável, o consenso convergiu para a alta sinalizada pelo BC na reunião de outubro. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) indicando que o país entrou em recessão técnica — quando há dois trimestres negativos seguidos — e a chegada da nova variante da Covid-19 ao Brasil ajudaram nessas projeções.
Por conta disso, especialistas acreditam que o BC não vai pesar muito nos juros para evitar uma recessão mais profunda. O consenso entre analistas após a divulgação do resultado do PIB do terceiro trimestre, na última quinta-feira, de queda de 0,1%, seguindo um recuo atualizado de 0,1% para 0,4% nos três meses anteriores, é que a economia está estagnada. Com isso, as revisões de crescimento do PIB deste ano abaixo de 5% e as apostas de queda do PIB em 2022, especialmente, se a Selic ficar acima de 11% ao longo do ano que vem, ganham mais força.
Por: Rosana Hessel
Por: Correio Braziliense.
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