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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

PIB recua e Brasil entra em recessão técnica; entenda o que isso significa

A economia brasileira parou. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% no terceiro trimestre, conforme dados divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após queda de 0,4% nos três meses anteriores. Com isso, o país entrou num cenário de recessão técnica — quando há dois trimestres consecutivos de PIB negativo. O dado do segundo trimestre era de queda de 0,1%, mas foi revisado pelo IBGE.

O resultado do PIB brasileiro foi um dos piores do mundo e as projeções mais recentes indicam que o país não deverá crescer, neste ano, acima de 5% como prevê o ministro da Economia, Paulo Guedes. Uma nova onda de revisão das estimativas dos analistas está em curso, e algumas estão abaixo de 4,5%, o que indica uma variação próxima de zero, na melhor das hipóteses no quarto trimestre. "Diversos fatores contribuem para essa revisão negativa. Destacam-se os desarranjos macroeconômicos interno e externo e a incerteza sobre a nova variante ômicron do novo coronavírus", avaliou Arnaldo Lima, diretor de Estratégias Públicas do Grupo Mongeral Aegon.

O Itaú Unibanco prevê alta de 0,1% no PIB do último trimestre, mas o impacto da nova variante não está nesse cenário base, segundo Luka Barbosa, economista-sênior da instituição financeira. Segundo ele, não se pode descartar uma queda do PIB no quarto trimestre, apesar dos avanços na vacinação. "É um risco negativo em relação ao nosso cenário. Esse vírus é bastante difícil de prever", afirmou. Para 2022, o banco projeta queda de 0,5% no PIB, principalmente "por conta do impacto dos juros altos sobre os setores sensíveis ao crédito, como o comércio e a indústria".

Ao comentar os números do IBGE, o ministro Paulo Guedes minimizou o quadro de recessão técnica e voltou a afirmar que a economia está decolando. "A arrecadação está muito forte, o que mostra que o Brasil está decolando de novo", disse, ontem, em evento do setor aeroportuário. Ele ainda criticou as projeções pessimistas e afirmou que é "conversa fiada" dizer que há descontrole fiscal.

Brasil fica para trás

A queda de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deixou o Brasil entre os países com os piores desempenhos econômicos do mundo, conforme dados da Austin Rating. O Brasil ficou na 26ª em um ranking de 33 nações, liderado pela Arábia Saudita, que registrou alta de 5,8% no período julho-setembro em comparação aos três meses anteriores. Colômbia e Chile vieram na sequência, com crescimento de 5,7% e 4,9%, respectivamente. (Correio Braziliense)

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