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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Mortes maternas no Brasil são 49,6% maiores que o número oficial, diz estudo

O número de mortes maternas no Brasil é 46,9% maior que o oficial compilado de 2016 a 2021. Dados de estudo inédito do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), publicado nesta quinta-feira, mostram que 17.119 gestantes e puérperas morreram ao longo desses seis anos. O Ministério da Saúde, por sua vez, contabiliza 11.436 óbitos oficiais no período.

As estatísticas vêm numa crescente desde 2019, quando morreram 2.432 grávidas e puérperas. Esse número subiu para 2.856 no ano seguinte até alcançar 3.955 em 2021. Em números, é como se 28 a cada 10 mulheres desses grupos estivessem fora dos dados oficiais no ano passado. Uma das causas para esse aumento é a Covid-19, doença para a qual essas mulheres fazem parte um dos grupos de risco.

"O que a pesquisa do OOBr mostra é que, na verdade, nós precisamos parar de olhar para as mortes de gestantes e puérperas usando só a forma como é feita pelo ministério, seguindo as descrições do próprio CID 10, porque temos situações em que a morte ocorreu por uma complicação e, por algum erro, foi apontada como morte de gestante e puérpera, mas não considerada", afirma a coordenadora do OOBr e professora de Obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP), Rossana Francisco.

A pesquisa utiliza dados públicos de mortalidade disponibilizados pela pasta. O primeiro passo foi filtrar as mortes de mulheres em idade fértil (de 10 a 49 anos) por causas definidas pelo ministério dentro da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID 10).

Depois, expande a análise para mortes apontadas na declaração de óbito como de gestante ou puérperas (até 42 dias pós-parto) e as mortes maternas tardias (de 43 a 365 dias pós-parto). Por último, também contabiliza causas externas. Por Agência O Globo.

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