“Não existe matriz energética na Palestina”. Essa afirmação, feita por telefone pelo professor do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE) - Campus Pesqueira, Manoel Henrique Pedrosa, diretamente da Cisjordânia, onde se encontra até o dia 29/09 para capacitar professores palestinos na área de energia solar fotovoltaica, por si só já justificaria a iniciativa em âmbito internacional de transmissão de conhecimentos para a formação de uma matriz energética limpa no território palestino.
A capacitação é fruto de uma cooperação trilateral entre o Brasil, a Alemanha e a Palestina que integram o projeto denominado “Mitigação dos efeitos da pandemia por meio da inovação: energias renováveis e a educação vocacional verde para melhores oportunidades para os jovens”, coordenado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), em conjunto com o MEC e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Representando a Autoridade Palestina, os Ministérios da Educação e do Trabalho da Palestina e a Agência Palestina de Cooperação Internacional.
As aulas estão sendo ministradas em parceria pelos professores Manoel Henrique, do IFPE, e Felipe Almeida, do campus Boituva do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que assim como o Campus Pesqueira do IFPE também é um Centro de Referência em Energia Solar Fotovoltaica da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
A colaboração internacional foi intermediada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC/MEC) e levou em conta ainda a participação das Instituições no Programa EnergIF. Os professores foram chamados para ministrar o curso em função do conhecimento, da experiência e do knowhow que ambos possuem acerca do tema e de suas contribuições em projetos de eficiência energética no âmbito da Rede Federal.
O objetivo é que após a capacitação, os professores das escolas profissionalizantes da Palestina tornem-se multiplicadores dos conhecimentos com vistas à aplicação da tecnologia, contribuindo para a formação de uma matriz energética limpa e renovável naquela faixa de território árabe.
O curso tem carga horária total de 40 horas e a turma é composta por 16 professores, sendo todos palestinos. As aulas estão sendo ministradas na língua inglesa, mas um intérprete local traduz para o árabe, tendo em vista que nem todos os professores são fluentes em inglês. Dentre os tópicos abordados no curso estão: usinas solares de grande porte; sistemas híbridos e bombeamento solar.
“A Palestina está tentando implantar usinas solares na concepção de sua matriz energética, tendo em vista que 95% da energia consumida no território palestino vem de Israel, pais com o qual a Palestina enfrenta um conflito histórico, os outros 5% da energia consumida no país é proveniente da Jordânia”, explicou o professor Manoel, que enfrentou cerca de 27 horas de voo, com escala na Europa, até chegar a Tel Aviv, em Israel, de onde seguiu em transporte terrestre até Ramallah, na Cisjordânia.
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