Após três meses consecutivos de deflação, provocada pelo corte de tributos sobre combustíveis, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, fechou outubro em 0,59%, puxado pelos alimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o resultado, a inflação acumulada chega a 4,70% no ano e a 6,47% nos últimos 12 meses.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. A maior contribuição do mês veio do item alimentação e bebidas, que registrou inflação de 0,72%, depois que havia recuado 0,51% em setembro. Na sequência de altas, vieram saúde e cuidados pessoais (1,16%) e transportes (0,58%), respectivamente. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 73% do IPCA de outubro.
Segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) Matheus Peçanha, a volta da inflação já era esperada, tendo em vista que os efeitos da desoneração tributária do preço dos combustíveis têm se dissipado. "Aquilo que tinha gerado a deflação em julho, a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que impactou combustíveis, energia e comunicações, tem perdido força com esse lapso temporal", afirmou.
A alta nos alimentos foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%), com batata-inglesa e tomate mostrando as maiores elevações. O grupo também registrou aumentos da cebola e das frutas. O pesquisador destacou a pressão sobre os alimentos in natura. "Isso é muito reflexo de problemas climáticos, que afetam, sobretudo, os pequenos e médios produtores de modo generalizado, e o preço que encontramos no mercado é uma cota disso", acrescentou Peçanha. Confira a matéria completa no Diário de Pernambuco.
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