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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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domingo, 13 de novembro de 2022

‘Pacificação’ com STF proposta por PT inclui acenos de ministros indicados por Bolsonaro

De volta ao Palácio do Planalto após 12 anos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva escalou emissários para reconstruir pontes com o Supremo Tribunal Federal (STF) e enviar a mensagem de que está disposto a manter uma relação harmoniosa com a Corte. Até mesmo os ministros Nunes Marques e André Mendonça, os dois indicados pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, abriram diálogo com integrantes do PT após a eleição, num gesto interpretado por aliados do petista como sinalização de boa vontade com a nova gestão.

Entre os interlocutores escolhidos por Lula para preparar o terreno estão senador eleito Flávio Dino, ex-governador, ex-juiz e cujo irmão, Nicolao Dino, é subprocurador da República; o procurador da Fazenda Jorge Messias, cotado para assumir a Advocacia-Geral da União (AGU); além do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que têm atuação ativa na Corte.

No caso dos indicados por Bolsonaro, o contato foi feito por meio de aliados com quem já tinham relações anteriores. Nunes Marques ligou para o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) logo após a vitória de Lula. Os dois são do Piauí, e a mulher do ministro trabalhou no gabinete de Dias no Senado entre 2011 e 2014, antes de o petista se eleger governador. Mendonça, por sua vez, procurou o senador Paulo Rocha (PT-PA), que o ajudou a vencer resistências na bancada petista quando foi indicado para o STF. Na conversa, o ministro se colocou à disposição para dialogar e afirmou ter clareza de que o processo eleitoral foi transparente.

O primeiro gesto concreto para abrir um canal de diálogo entre o novo governo e a Corte, contudo, foi feito pelo vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin. Logo na sua primeira noite em Brasília após a eleição, foi jantar na casa do ministro Gilmar Mendes. Na ocasião, levou com ele o ex-ministro Aloizio Mercadante, que também participa da montagem da nova gestão.

No auge da Lava-Jato, o Supremo foi responsável por decisões duras contra Lula, como uma liminar do próprio Gilmar que impediu o petista de assumir a Casa Civil no governo da aliada Dilma Rousseff, sob argumento de que se tratava de uma manobra para se livrar de ser julgado pelo então juiz Sergio Moro. O ministro do STF, hoje crítico da operação, chegou a afirmar que o PT tinha “um plano perfeito” para se “eternizar no poder”, só interrompido pelo escândalo de corrupção. O Globo.

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