Transformada em uma espécie de “menina dos olhos” do ex-presidente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vem passando por um processo de “desbolsonarização” que inclui mudanças estruturais, com o objetivo de devolver o foco da corporação às atividades-fim, e decisões administrativas simbólicas, como o veto a um uniforme camuflado criado na gestão passada.
O governo Lula, porém, também enfrenta resistências entre os agentes, que começaram já na definição do novo diretor-geral, Antônio Fernando Oliveira.
De acordo com a Constituição, a PRF “destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais”. A partir de uma série de decretos publicados com Jair Bolsonaro no poder, no entanto, o órgão passou a dar apoio regular às polícias estaduais, inclusive atuando em vias urbanas e favelas, ampliando seu leque de atribuições.
A estratégia levou a corporação a tomar partido em ações polêmicas, como um confronto com suspeitas de execução que resultou em 26 suspeitos mortos em Minas Gerais, numa operação da PM-MG para combater o chamado “novo cangaço”, em outubro de 2021, e uma incursão na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, onde — mais uma vez ao lado da PM local — o saldo foi de 23 óbitos, entre eles o de uma manicure sem qualquer relação com a criminalidade. Por Agência O Globo.
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