Do jornal O Globo – O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve seguir a posição do PT, do presidente Lula, e abrir espaço a alianças nas eleições municipais de 2024 com a sigla de seu principal adversário na última disputa presidencial.
Apesar da pressão do bolsonarismo por um veto a quaisquer aproximações com o Lula, a cúpula da legenda dirigida por Valdemar Costa Neto avalia que os cenários locais podem conduzir ou a alianças com candidatos do PT ou ao apoio de petistas a nomes do próprio PL em 2024.
Além de articulações entre os dois partidos no Rio, há conversas entre PT e PL em estados como Ceará, Maranhão e Bahia.
Para o entorno de Valdemar, embora não haja disposição de veto, a efetivação das alianças dependerá do jogo de cintura dos candidatos para não entrar no foco dos bolsonaristas.
No Ceará, o deputado federal Júnior Mano (PL-CE) discute uma aliança com o petista Júlio César Filho, pré-candidato à prefeitura de Maracanaú, quarta maior cidade do estado.
No início do ano, ao receber Julinho, como o deputado estadual do PT é conhecido, em seu gabinete na Câmara dos Deputados, Mano disse que ambos estavam “dialogando e tentando construir uma viabilidade que seja positiva” para Maracanaú e outros municípios em que são “parceiros”.
Mano, também cotado para concorrer no município, emplacou um aliado, o empresário Bruno Barreto, no comando do PL em Maracanaú. Por ora, PT e PL fazem dobradinha para criticar a gestão do prefeito Roberto Pessoa (União).
Em Juazeiro do Norte, outro dos maiores colégios eleitorais do Ceará, a movimentação do deputado federal Yury do Paredão para concorrer à prefeitura pavimentou sua expulsão do PL.
Buscando o apoio do governador Elmano de Freitas (PT) para enfrentar o prefeito, Glêdson Bezerra (Podemos), Yury se aproximou do governo Lula e chegou a posar ao lado de ministros fazendo um gesto de “L” com as mãos. A foto enfureceu a base bolsonarista, e Valdemar decidiu liberar Yury para buscar outro partido.
Mano, por sua vez, é um dos oito deputados do PL punidos pela sigla, com perda de vagas em comissões na Câmara, após votar pela Medida Provisória (MP) da reestruturação ministerial do governo Lula.
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