Com um
discurso em favor de um pacto entre a União, Estados e municípios para combater
a violência no País, e uma pregação a favor do crescimento econômico baseado no
desenvolvimento sustentável, o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo
Campos, e sua companheira de chapa, a ex-ministra Marina Silva, pretendem
percorrer as 200 maiores cidades do País até junho.
A ideia é que ambos se apresentem à população da maioria
desses locais juntos, para que a imagem de Campos, mais desconhecido do
eleitorado, possa ser associada à de Marina e por meio dela ampliar sua taxa de
conhecimento. No Nordeste, onde Campos é mais conhecido, o ex-governador de
Pernambuco deverá fazer a maior parte das viagens sem Marina.
A passagem por essas localidades também leva em conta o
fato de o PSB ter pouca presença nessas cidades. O partido registrou em 2012 o maior
índice de crescimento nas eleições municipais daquele ano, mas esse aumento foi
registrado principalmente no Nordeste e em Estados governados pela legenda:
Pernambuco, Piauí e Ceará. Nesse último, o governador Cid Gomes manteve-se fiel
à presidente Dilma Rousseff e trocou o PSB pelo recém-criado PROS.
Das 200 maiores cidades brasileiras, o PSB governa 13, ou
pouco mais de 6%. Estão nessa lista três capitais - Recife, Belo Horizonte e
Porto Velho -, além das paulistas Campinas e São José do Rio Preto e da
paranaense Foz do Iguaçu.
"Achamos que a presença física, com entrevista para
os meios de comunicação regionais, encontros com os empresários do lugar e
reuniões políticas, poderão ser mais proveitosas do que se ficássemos apenas
nas capitais", disse o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), um
dos coordenadores da campanha à Presidência.
A dupla Campos e Marina só deverão suspender as visitas
para participar do Congresso do partido, que também será realizado em junho, no
qual será escolhida oficialmente a chapa que vai disputar a eleição
presidencial. Esse congresso apenas cumprirá uma formalidade legal, porque a
grande cerimônia de lançamento da chapa ocorrerá no dia 14, em Brasília, às 14
horas, numa solenidade marcada para o Hotel Nacional. Trata-se do mesmo espaço
em que, no dia 5 de outubro, a ex-ministra oficializou a adesão à campanha de
Campos, depois de ver o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o pedido de
criação da Rede Sustentabilidade, que não conseguiu as 496 mil assinaturas exigidas
pela lei.
Segurança. Com dados da pesquisa da CNI/Ibope divulgados
no dia 27, segundo os quais 76% dos brasileiros desaprovam o governo de Dilma
Rousseff na área da segurança, Campos e Marina vão divulgar nas visitas um
programa de combate à violência lançado em Pernambuco em 2007 e que recebeu o
nome de Pacto pela Vida. Esse projeto integrou Estado e municípios na luta para
reduzir a violência em Pernambuco.
Na pré-campanha, Campos pretende vender a ideia de que a
violência só será contida numa ação integrada da União, Estados e municípios.
Embora não tenha atingido as metas previstas nos últimos três anos, o programa
reduziu os índices de violência e foi premiado pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). Em 2013, a queda na taxa de homicídios foi de 7,6%,
abaixo da meta de 12%