Deputado federal Eduardo da FonteFoto: Brizza
Cavalcante/Sefot-Secom
Após barganhar uma das vagas do Senado Federal na
chapa da Frente Popular, o PP fechou aliança com o governador Paulo
Câmara (PSB) pela presidência do Complexo Portuário de Suape. Além de
acertar com o presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte, Câmara também se
reuniu, no sábado, com o deputado federal Sebastião Oliveira (PR) para amenizar
os ânimos do bloco PP-PR que reivindicava mais espaços no governo e na chapa. O
presidente do Porto do Recife, Carlos Vilar, é o indicado do partido para
assumir Suape, no lugar de Marcos Baptista, ligado ao vice-governador e
presidente estadual do MDB, Raul Henry (MDB).
Nas hostes socialistas, há leituras diversas para explicar
o porquê o PP não deveria estar na chapa majoritária: afinal, é o partido mais
implicado na Operação Lava Jato, o presidente estadual foi alvo
recentemente de investigação e o substituto dele numa suposta vaga, o deputado
estadual Cleiton Collins, poderia incomodar outros evangélicos do arco de
aliança de Paulo Câmara. Contudo, todos defendem a manutenção dos progressistas
na base governista pela dimensão do partido.
Os emedebistas já foram avisados das mudanças estratégicas
de espaço visando à eleição estadual. Perderam espaço, mas o deputado
federal Jarbas Vasconcelos (MDB) deve ocupar uma das vagas à Casa
Alta, enquanto a outra estaria reservada para o senador Humberto Costa
(PT), caso PT e PSB formalizem a aliança. Desta forma, sobraria, então, a vaga
de vice para a qual Sebastião Oliveira havia sido especulado. Alguns
socialistas, porém, estavam incomodados com a pressão do bloco PP-PR para
ocupar espaços, coisa que, segundo aliados, já possuem bastante no governo.
O PP já tem o comando de algumas diretorias de Suape, além
de comandar o Lafepe, o Ipem, o Porto do Recife, a administração de Fernando
de Noronha e a pasta de Desenvolvimento Social, enquanto o PR tem a
pasta de Transportes.
Com a questão resolvida, a discussão interna da coligação é
a participação do PP nas chapas proporcionais – a base quer que o partido entre
no “chapão” para a Câmara dos Deputados, porém o partido já havia costurado uma
chapa com PDT, PCdoB, SD, PSL e PROS visando à disputa federal. Estima-se que a
base de Paulo Câmara consiga eleger até 18 deputados federais. Já para a
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na qual o PP têm 14
representantes, a sigla manteria a chapinha. Calcula-se que a sigla eleja dez
deputados. Do Blog da Folha