André Richter – Repórter da Agência Brasil
Em quase três anos de
trabalho, os procuradores da República que fazem parte da força-tarefa da
Operação Lava Jato conseguiram 120 condenações de investigados na primeira
instância da Justiça, a maioria deles condenados mais de uma vez pelo juiz
federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. Somadas, as penas passam
de 1.257 anos de prisão. Os dados fazem parte do levantamento mais recente
elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Desde março de 2014,
quando foi deflagrada a primeira fase da Lava Jato, foram realizadas 79 prisões
preventivas, 103 prisões temporárias, 197 conduções coercitivas. Durante o
período, foram abertos 1.434 procedimentos de investigação e realizadas 730 buscas
e apreensões. Segundo o balanço, 79 investigados assinaram acordos de delação
premiada.
Os desvios na Petrobras
envolveram pagamento de propina de aproximadamente R$ 6,4 milhões a
ex-diretores da estatal e demais investigados. Por meio de acordos de delação
premiada, os procuradores conseguiram a repatriação para o Brasil de R$ 756,9
milhões que estavam depositados fora do país. Além disso, R$ 3,2 bilhões em
bens que estavam em posse dos envolvidos foram bloqueados. O valor total de
ressarcimento pedido à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), incluindo
multas, é de R$ 38,1 bilhões.
Supremo
Quase dois anos após o
início das investigações de pessoas com prorrogativa de foro, o Supremo
Tribunal Federal (STF) não condenou nenhum investigado na Lava Jato. A abertura
de investigações contra ministros, deputados e senadores citados em depoimentos
de delação premiada ocorreu em março de 2015.
De acordo com
levantamento divulgado pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos
processos oriundos da operação na Corte, foram aceitas cinco denúncias contra
parlamentares, que viraram réus na Corte. Mais cinco estão prontas para
julgamento, e seis inquéritos foram arquivados. Os dados também mostram que 24
dos 25 acordos de delação que chegaram à Corte para homologação do ministro
foram aceitos. Apenas uma delação foi remetida à presidência da Casa por
problemas processuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário