Entre janeiro e fevereiro de 2018, Pernambuco conseguiu
efetivar 247 transplantes de órgãos e tecidos, 1 a mais do que o mesmo período
de 2017. O destaque fica por conta do aumento de 50% nos procedimentos de rim:
em 2017 foram 46 e em 2018, 69. Esse é o órgão com a maior fila de espera,
contando, atualmente, com 768 pacientes.
No caso de coração, houve uma diminuição de 40% nos
procedimentos. Em 2017, até fevereiro, foram realizados 10 transplantes do
órgão. Já neste ano, foram 6. “Finalizamos 2017 com aumento expressivo no
número de transplantes de coração, o que deixou o Estado na segunda colocação
do Brasil e na primeira do Norte e Nordeste. Temos equipes de excelência para
esse tipo de procedimento e capacidade para ampliar essas cirurgias, mas, para
isso, precisamos das famílias responsáveis por autorizar a doação. Para que a
família se sinta confortável e segura em exercer o direito da doação, é
imprescindível que os profissionais de saúde das unidades hospitalares conheçam
cada vez mais como funciona o processo de doação e transplante e acolham esse
público”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco
(CT-PE), Noemy Gomes.
No Brasil, a autorização para doar órgão ou tecido é dada
por um parente de até segundo grau do doador. Nos dois primeiros meses do ano,
43 entrevistas com familiares foram realizadas. Dessas, 22 autorizaram a doação
e 21 recusaram, ou seja, 48,8% dos casos foram impossibilitados da doação. “O
Brasil vem, constantemente, qualificando os processos para doação e
transplantes de órgão, para dar mais segurança para os doadores e para os
pacientes em fila de espera. A população precisa saber que a doação de órgãos
só ocorre quando há a efetiva morte do doador, que passa por uma série de
avaliações e exames. A família receberá o corpo do seu ente querido íntegro
para realizar todas as suas despedidas e saberá que está ajudando uma ou mais
pessoas que aguardavam um órgão ou tecido para ter mais qualidade de vida”,
frisa Noemy.
A coordenadora da CT-PE também ressalta a importância de
outras áreas, além da saúde, para trazer o tema da doação de órgãos para
discussão. Um exemplo é a peça teatral “Começar outra vez”, que será
apresentada nesta sexta (23.03), às 20h, no Teatro de Santa Isabel, com 100% da
renda revertida para a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de
Fígado (Apaf) e para a Casa de Apoio do Transplante de Medula Óssea. Os
ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Além da doação de órgãos, o
espetáculo lembra sobre o diagnóstico precoce da hepatite C, doença tratável
que, sem a assistência devida, pode levar o paciente a fila de espera por um
fígado.
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