A Vigília Lula Livre teve nesta quinta-feira
(21) participação de 12 magistrados que vieram a Curitiba
trazer sua solidariedade ao ex-presidente Lula, preso político há 349 dias na sede da
Polícia Federal. O juiz Edevaldo Medeiros foi quem visitou representando o
grupo. “É nossa obrigação como juízes defender a democracia, o Estado de
Direito e o Poder Judiciário. Não viemos aqui afrontar o
Judiciário. Viemos dizer que somos parte do Judiciário e queremos que
nossa instituição funcione bem”, disse Medeiros após o encontro com Lula.
Nenhum presidente brasileiro combateu mais a corrupção do
que Lula, afirmou Medeiros, citando a estruturação física e das carreiras no
Judiciário e no Ministério Público Federal.
Ele defendeu que o combate à corrupção deve ser feito por meio das
instituições, sem espaço para heroísmo pessoais de quem quer que seja. “Hoje
temos um poder paralelo não condizente com a Constituição Federal”, observou. “Não podemos
permitir o achincalhamento do STF”, defendeu.
A presença dos 12 magistrados na Vigília começou já no
tradicional bom dia ao ex-presidente. O desembargador Mário Sérgio Pinheiro
(TRT da 1ª Região) apontou o uso político que está sendo feito do Judiciário.
“Estamos em um momento em que a Justiça é instrumento usado por
determinados setores da sociedade para fazer uma política de
repressão aos movimentos sociais e aos
trabalhadores”, disse.
Pinheiro ressaltou que não cabe a magistrados questionar a
decisão de outros juízes, mas é importante deixar claro que o Judiciário não é
monolítico em relação às decisões judiciais contra Lula. “O cidadão que está
preso lá não é apenas um homem, é o que ele representa. Queremos, com nossa
presença aqui, expressar que parte do Judiciário tem avaliação diferente do que
está acontecendo”, afirmou.
Logo depois do bom dia, o desembargador Rui Portanova
(TJ-RS) cantou e tocou no violão uma canção que fez para o pai dele e que o faz
pensar em Lula. “Do fundo dessa treva/ Seu nome se erguerá/ Testamento do povo/
Nos oferecerá/ Sua história, seu destino/ Nosso hino em sua mão/ Certeza de
quem vence/ Desafios em construção”, dizem os versos que emocionaram a militância.
Em seguida os magistrados participaram de uma roda de conversa com os
militantes sobre a conjuntura do Judiciário.
Participaram das atividades na Vigília o juiz federal
Edevaldo Medeiros (SP); Magda Biavaschi, desembargadora aposentada do TRT4,
professora e pesquisadora colaboradora no Cesit/IE/Unicamp; André Luiz Machado,
Juiz Titular da 1a Vara do Trabalho do Cabo de Santo Agostinho/PE; Maurício
Brasil, Juiz de Família em Salvador-BA; Germana de Morelo, Juíza do
Trabalho TRT/17 – Nona Vara do Trabalho de Vitória; Lucy Lago, Juíza
Titular da 9 Vara do Trabalho de Vitoria-ES; Mario Sergio M. Pinheiro,
Desembargador do Trabalho 1a Região; Raquel Rodrigues Braga, TRT RJ; José
Augusto Segundo Neto, juiz do trabalho – TRT6; José Antonio Correa
Francisco Juiz do Trabalho Substituto da 11a Região; Leador Machado, juiz
da segunda vara do trabalho de Araguaína – TO; e Rui Portanova, Desembargador
no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Por Luis Lomba, da Agência PT de
Notícias direto de Curitiba
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