O governador Paulo Câmara, ao lado do secretário estadual
de Meio Ambiente e Sustentabilidade José Bertotti, recebeu, nesta sexta-feira
(08.11), a comissão especial de senadores que monitora o vazamento de óleo nas
praias do Nordeste. Estiveram no Palácio do Campo das Princesas os senadores
Fabiano Contarato (ES), Jean-Paul Prates (RN), Randolfe Rodrigues (AP) e
Humberto Costa (PE), além de representantes da bancada na Câmara Federal, como
os deputados João Campos, Carlos Veras e João Daniel (SE). No encontro, Paulo
Câmara fez um balanço das ações do Governo Estadual para dar combate ao
desastre ambiental provocado pelo derramamento de óleo no litoral.
De acordo com José Bertotti, o governador apresentou as
iniciativas que vêm sendo desenvolvidas no Estado desde o dia 2 de setembro,
momento-chave em que se descobriu que o óleo que atingiu o litoral de
Pernambuco não era o mesmo do vazamento da Refinaria Abreu e Lima. "Nesse
momento, solicitamos ao Ibama e à Capitania providências para que de imediato o
Plano Nacional de Contingência fosse colocado em prática”, afirmou Bertotti,
que criticou a demora de resposta do Governo Federal e a falta de identificação
concreta desse caso.
“Da nossa parte, pudemos documentar, entregamos uma pasta
com todos os ofícios que foram feitos pelo Estado: à Marinha, ao Ministério do
Meio Ambiente, ao Ministério da Defesa e à Agência Nacional de Petróleo. E
levantamos as questões que são mais importantes em nossa opinião. A primeira
medida, o Governo Federal só tomou 37 dias depois, fazendo com que uma comissão
fosse instaurada para identificar a fonte do vazamento. Infelizmente, até o
momento não temos uma informação precisa de qual é a fonte do vazamento”,
lamentou o secretário de Meio Ambiente, que seguiu falando sobre as ações do
Governo Estadual.
“Temos equipes mobilizadas em todas as praias atingidas,
fazendo monitoramento principalmente das áreas mais sensíveis, que são 14, bem
como os estuários que foram afetados, nossos arrecifes e nossos corais. Existem
equipes de mergulhadores fazendo ações para retirada do material, coleta de
água, coleta de análise, para dar mais tranquilidade à população”, acrescentou
Bertotti.
Para o senador Humberto Costa, os esforços desenvolvidos
pelas comunidades, prefeituras e Governo do Estado merecem destaque. “Por parte
do Governo Federal, houve apenas um esforço maior da parte da Marinha. Em
relação à produção de informações ou a um empenho mais efetivo por parte dos
órgãos nacionais, isso foi muito pouco. Particularmente, do Ministério do Meio
Ambiente. Faltam informações, faltam documentos oficiais, falta o apoio para
que esse trabalho venha ser feito, e principalmente, faltam medidas que possam
minimizar o drama, para além do desastre ambiental, que é a precariedade da
situação econômica das comunidades que sobrevivem tanto das atividades de pesca
quanto do turismo”, argumentou o parlamentar.
Humberto Costa comentou ainda as ações futuras que deverão
ser empenhadas em Brasília pela comissão. “Vamos levar primeiro essa avaliação
de uma subestimação por parte do Governo Federal do que aconteceu e também
propostas para que haja socorro urgente e imediato aos trabalhadores e àqueles
que dependem da pesca e do turismo", disse. De acordo com o senador, é
preciso garantir algum tipo de suporte emergencial, de recursos ou empréstimos
para essas comunidades, especialmente os pescadores, uma vez que a quantidade
de profissionais cadastrados no seguro-defeso é muito pequena. "É preciso
fazer alguma coisa nesse sentido. É preciso produzir análises urgentes que
comprovem a qualidade dos frutos do mar, para que a atividade econômica possa
acontecer”, finalizou.
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