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Igor Maciel da Coluna Pinga Fogo
Vários fatores têm reforçado a possibilidade de que Marília
Arraes (PT) seja mesmo candidata à Prefeitura do Recife. O principal é que, num
ambiente em que Lula (PT) tem recebido muitos "nãos" ao tentar lançar
candidatos que acredita serem competitivos, em cidades como São Paulo, por
exemplo, a pernambucana, neta de Miguel Arraes, acaba sendo uma das melhores
chances dos petistas para voltarem a ter força em capitais.
Parlamentares petistas de outros estados, alguns até bem
próximos de Humberto Costa (PT), que já se mostrou contrário à candidatura,
dizem que dificilmente o PT vai impedir que ela dispute. O espaço que o PT tem
dentro dos governos de Paulo Câmara (PSB) e de Geraldo Júlio (PSB) é
considerado importante, mas não justificaria a falta de protagonismo do partido
por aqui.
Outro fator levantado é que o PT considera zerada uma
dívida moral que havia com o próprio Humberto Costa. Durante seu primeiro
mandato como senador, Humberto defendeu Dilma Rousseff (PT) e Lula sem se
importar com o prejuízo eleitoral posterior. Prejudicou-se com o antipetismo ao
ponto de não se ter certeza se ele conseguiria elerger-se deputado, muito menos
tentar a reeleição. A saída encontrada era a chamada "tecnologia eleitoral
do PSB", que tem um sistema de capilaridade para alcançar votos digno de
inveja por outras forças políticas. Mas, o PT estava na oposição local. Para
chegar a uma aliança aqui, que salvasse Humberto, era necessário tirar a
candidatura de Marília do páreo em 2018. E assim foi feito. Humberto integrou a
chapa de Paulo Câmara (PSB) e foi reeleito pro Senado com folga, à frente até
mesmo de Jarbas Vasconcelos (MDB).
Como a eleição municipal é uma eleição
"solteira", sem vínculos com chapas de presidente, senador ou
governador, não há o que negociar entre PSB e PT. Humberto também, com seu
mandato de oito anos, não poderia exigir nada agora. O PT nacional não teria
mais empecilhos para colocar à frente de Marília. As pesquisas que surgiram até
o momento colocam a deputada em uma posição de destaque, sempre pontuando bem.
Na situação e na oposição há entendimento de que o antipetismo é forte no
Recife, mas o "lulismo" garantiria com boa margem alguém no segundo
turno.
Definição ficará para depois do Carnaval
É possível que as definições só aconteçam mesmo após o
Carnaval. Depois da festa novas pesquisas devem ser feitas pelos partidos para
uma decisão final antes de as chapas serem colocadas na rua.
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