Em tempos de rumores sobre o papel dos militares na
política, a forte presença de fardados no governo do capitão reformado do
Exército Jair Bolsonaro divide opiniões no Brasil, com ligeiro predomínio
daqueles que condenam a prática.
Segundo pesquisa do Datafolha, 52% dos brasileiros são
contra a presença fardada no poder político, enquanto 43% a aprovam e 5%, não
sabem responder.
O levantamento foi feito na segunda (25) e na terça (26),
ouvindo 2.069 adultos possuidores de telefone celular -ele não foi presencial
para evitar riscos de contágio pelo novo coronavírus. A margem de erro é de
dois pontos percentuais.
Hoje, 8 dos 22 ministros do governo são egressos das
Forças, e dois deles (o general Luiz Eduardo Ramos, secretário de Governo, e o
almirante Bento Albuquerque, das Minas e Energia) ainda são parte do serviço
ativo.
Um nono oficial, o general da ativa Eduardo Pazuello,
ocupa interinamente o Ministério da Saúde, centro da coordenação de combate à
Covid-19. Lá, após as traumáticas saídas de Luiz Henrique Mandetta e Nelson
Teich, promoveu uma militarização de cargos vitais, nomeando 17 fardados.
Por fim, o vice-presidente é um general de quatro
estrelas da reserva, Hamilton Mourão. Espraiam-se pela Esplanada cerca de 2.500
outros militares, ocupando cargos diversos, pelo menos 1.200 deles emprestados
da ativa.
A militarização, fenômeno inédito no escopo mas que tem
sua origem já no governo de Michel Temer (MDB, 2016-18), agrada mais os mais
ricos e instruídos: 62% dos que ganham mais de 10 salários mínimos aprovam o
movimento, assim como 50% dos que têm curso superior -neste caso, empatando com
os 47% contrários à ocupação. Por: FolhaPress.
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