A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) acredita
que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) quer derrubar seu pai, o
presidente Jair Bolsonaro (sem
partido), para surgir como alternativa na eleição de 2022. Após deixar o apoio
incondicional ao governo, a jurista afirmou que essa seria uma tática do
parlamentar para driblar uma norma que impede que filhos sucedam seus pais em
cargos do executivo.
"Cheguei a conversar sobre isso com o [ex-] ministro
[Gustavo] Bebianno antes dele falecer. Passa na minha cabeça, e é louco, sei
que é, que Eduardo quer derrubar o pai para poder se apresentar como
alternativa em 22, com o discurso do golpe", afirmou a deputada em
entrevista à Marie Clare.
Ela defendeu que Eduardo Bolsonaro é uma liderança forte
da ala olavista do governo e tem conversado com líderes internacionais para se
articular.
"O Eduardo tem muita influência sobre o [deputado estadual] Gil Diniz (PSL-SP), sobre o [deputado estadual] Douglas Garcia (PSL-SP). Sobre o Edson Salomão, que é chefe de gabinete do Douglas. Sobre a [deputada federal] Carla Zambelli (PSL-SP). Ele tem uma liderança sobre eles. Foi para o exterior, visitou líderes. Tudo isso me parece mais uma dinâmica que atende a Eduardo do que ao pai", explicou.
Na opinião de Janaina, a postura do parlamentar se aproxima do
discurso usado pelo PT para apontar que a ex-presidente Dilma Rousseff
foi vitima de golpe em seu processo de impeachment. "O discurso do golpe é
um baita discurso para o PT e também está sendo usado pelos bolsonaristas desde
o início do governo", disse a jurista que é autora de pedido que retirou
Dilma da presidência.
"É um discurso que tende a uma candidatura em 22 que
vai se mostrar como golpeada também. Um drama. Será que esse menino não está
ajudando nesse processo de derrubada do pai?", perguntou a deputada.
"'Olha aí, cercearam meu pai, que quase morreu pelo país', e aí ele
aparece mais jovem, mais forte, numa versão atualizada do pai destruído pelo
golpe? Eu ouso, né?", disse.
Crítica do governo Bolsonaro, Janaina ainda defende que o presidente renuncie ao cargo por acreditar que nenhum crime foi cometido no mandato. "E vou dizer o quê?! É muita loucura, muita confusão. Como o povo vai aguentar isso por mais dois anos? Como o povo vai aguentar isso no meio de uma pandemia e, depois, com as sequelas dela?", questionou. Do UOL, em São Paulo, veja matéria na íntegra aqui
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