Agência Estado
Ao juiz federal Sérgio Moro, no fim de seu interrogatório
na Operação Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e
Dilma/Fazenda e Casa Civil) foi categórico: "Todo mundo sabe que teve
caixa 2 em todas as campanhas".
O petista não apontou especificamente para nenhuma
corrida eleitoral.
"Digo ao sr: não sou alheio, em tudo que fiz na
minha vida pública não deixei de cometer erros, não deixei de cometer erros e
procurei aqui dizer sobre essa questão de caixa 2 eu não me sinto em condições
de falar o que todo mundo está falando que nada existiu, que tudo foi aprovado
nos tribunais. Não, todo mundo sabe que teve caixa 2 em todas as campanhas. Não
vou mentir sobre coisas...", afirmou.
"Eu queria, então, portanto, concluir, dizendo ao sr
que nunca pedi recurso para empresa enquanto ministro, nunca pedi recurso para
sondas, nunca, jamais. Aliás, um dado a mais. A Sete Brasil é uma empresa
privada, é propriedade de bancos. Não sei como um agente público poderia pedir
apoio. Nunca pedi recursos fora do Brasil e nunca pedi ou operei caixa 2, mas
ouvi dizer que existia em todas as campanhas, isso é um fato."
Palocci foi interrogado em ação penal sobre lavagem de
dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira
Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.
Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci
estabeleceu com altos executivos da Odebrecht "um amplo e permanente
esquema de corrupção" destinado a assegurar o atendimento aos interesses
do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal.
O Ministério Público Federal aponta que no exercício dos
cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de
Administração da Petrobras, Palocci interferiu para que o edital de licitação
lançado pela estatal e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e
publicado de forma a garantir que a Odebrecht não obtivesse apenas os
contratos, mas que também firmasse tais contratos com margem de lucro
pretendida.
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