ElPaís
O vereador Carlos Bolsonaro, filho do candidato de extrema
direita do PSL à presidência Jair Bolsonaro, publicou na ferramenta stories de
seu perfil de Instagram a foto com simulação de tortura que mostra um homem
ensanguentado, com os braços amarrados, um saco na cabeça e a hashtag #EleNão, que designa a mobilização capitaneada por
mulheres e outras minorias contra Bolsonaro, escrita no peito. Na publicação,
Carlos, além de marcar o perfil @direitapvh, escreveu: "Sobre pais
que choram no banheiro". A expressão é popularmente usada em alusão a pais
desapontados com os filhos e que, em muitos dos casos e memes, teriam vergonha
por terem filhos homossexuais. A publicação causou ultraje nas redes sociais e
o vereador será acionado pela oposição na Comissão de Ética da Câmara do Rio
sob acusação de apologia à tortura.
A mesma imagem perturbadora, replicada potencialmente para
os 514.000 seguidores do filho de Bolsonaro, foi publicada há um dia atrás pelo
perfil crítico do PT e pró-Donald Trump citado por Bolsonaro, o @direitapvh,
conforme publicou o jornal Valor Econômico. Nesta publicação, já
estava a frase "sobre pais que choram no banheiro" ao lado de
críticas de seguidores e de frases de apoio a Bolsonaro.
Em meio à repercussão nas redes, o vereador Carlos
Bolsonaro atribuiu a postagem, na tarde desta quarta-feira, a Ronaldo
Creative, um perfil fechado no Instagram que defende a arte como forma de
protesto e participa da campanha #EleNão. A versão do vereador é que ele
publicou apenas para criticar a manifestação do suposto artista. Esse perfil,
com apenas dezenas de postagens e sem presença sob a mesma identidade em outras
redes sociais, teria publicado a imagem em referencia à repressão e censura contra o movimento #EleNão. O vereador
do Rio de Janeiro disse que, ao escrever a expressão "sobre pai que chora
no chuveiro", se referia à "vergonha que um pai deve sentir ao ver um
filho postar uma m**** de imagem dessas e achar que é arte ou o que é pior,
relacionar com a imagem do candidato".
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