Foto Cláudio Gomes |
Nenhuma outra cidade de Pernambuco vive momentos de
felicidade tão intensos quanto Afogados da Ingazeira. Localizada a 371 Km do
Recife, a ‘princesa’ do Pajeú encontrou no futebol um atalho para o progresso e
fonte de orgulho dos cerca de 37 mil afogadenses, que sonham em ver a “terra de
sol e de encantos mil” - como diz o próprio Hino - atrair as atenções também no
cenário nacional.
O segundo maior município da microrregião do Sertão do
Pajeú, que tem como principal atividade econômica a produção de carnes e
agricultura, de fato, não conquistou troféu do Campeão Pernambucano de 2019. No
entanto, o terceiro lugar da competição e o simbólico título de campeão do
interior deram ao clube, batizado no final de 2013 com o nome da cidade, as
inéditas vagas para o Brasileiro da Série D e da Copa do Brasil da próxima
temporada, apenas em seu terceiro ano de disputa na elite estadual.
No fim das contas, não é nenhum exagero dizer que a Coruja
se saiu como o time mais vitorioso na competição e agora mira novas conquistas
e consolidação, sonhando em representar o estado com o mesmo sucesso, agora no
futebol nacional.
“O grande diferencial do Afogados é que em toda decisão que
tomamos na diretoria nós sempre analisamos o que é melhor para o clube.
Vontades e desejos pessoais ficam de lado”, destaca Enio Amorim, gestor do
futebol e um dos fundadores do clube. “Tudo começou com um grupo de amigos. A
gente não tinha condições de pagar os R$ 127 mil de taxa na Federação
(Pernambucana de Futebol). Um dos nossos conselheiros nos vendeu um terreno
pela metade do preço, fizemos uma rifa e o vencedor nos doou o terreno de
volta. Vendemos e quitamos de 50% da taxa, e com bingos, feijoadas e várias
ações, a sociedade abraçou o projeto e conseguimos inscrevemos o time”,
relembra.
Diego Ceará foi o artilheiro do Afogados, com seis gols.
Foto: Cláudio Gomes/Afogados FC
De lá para cá, Afogados da Ingazeira presenciou o
crescimento meteórico do clube, em uma ascensão até então jamais vista em
Pernambuco. Sempre progredindo em resultados, foram três participações na Série
A2 até alcançar o acesso, em 2016. Permanência na elite em 2017, eliminação nas
quartas de final em 2018, e enfim o auge desta temporada, com base em uma folha
de custos mensais girando em torno de R$ 68 mil, eliminando até mesmo o Santa
Cruz dentro do Arruda.
“O grande lance do Afogados foi o planejamento da
diretoria. A montagem do elenco fez a diferença. Em cima disso, a gente
conseguiu superar as dificuldades que são comuns a qualquer equipe
intermediária. Comissão técnica, elenco de jogadores e a torcida da cidade
entenderam a leitura da situação e conseguimos atingir os objetivos”, avalia o
técnico Pedro Manta, fundamental desde as primeiras conquistas do clube, e
projeta. “Essa Coruja vai voar ainda mais alto no futebol pernambucano.” (Jc Online)
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