Folha de Pernambuco
Reunidos em Salvador, governadores dos estados do Nordeste aprovaram nesta segunda-feira (29) a criação de uma versão regional do programa Mais Médicos com o objetivo de suprir a demanda por profissionais nas áreas mais isoladas da região.
Reunidos em Salvador, governadores dos estados do Nordeste aprovaram nesta segunda-feira (29) a criação de uma versão regional do programa Mais Médicos com o objetivo de suprir a demanda por profissionais nas áreas mais isoladas da região.
O projeto é uma das primeiras iniciativas práticas do
Consórcio Nordeste, entidade criada para viabilizar formalmente parcerias entre
os nove estados nordestinos em diversas áreas.
O eixo central é suprir a demanda por médicos da região
depois da saída de médicos cubanos com o encerramento do contrato do governo
federal com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O fim da parceria foi anunciado em novembro pelo governo cubano após críticas
do então presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre a qualidade de formação dos
médicos cubanos e sua intenção de alterar as regras do programa, passando a
exigir a revalidação do diploma.
"O Nordeste teve um prejuízo considerável [com o
encerramento do contrato] porque vários municípios ficaram desassistidos. Sentimos
a necessidade de buscar uma alternativa", disse o governador do Piauí
Wellington Dias.
A proposta dos governadores acontece no mesmo momento em
que o Ministério da Saúde começa a colocar em prática uma reformulação
do Mais Médicos, que será rebatizado de Médicos pelo Brasil, conforme
antecipado pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo (28).
O novo programa, idealizado pelo ministro Luiz Henrique
Mandetta, terá
diferenças em relação ao Mais Médicos: a seleção será por meio de prova
objetiva e os médicos terão vínculo CLT, especialização e salário com bônus
atrelado a indicadores de desempenho.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirma que o
objetivo do programa regional não é concorrer, mas atuar de forma complementar
ao programa federal Médicos pelo Brasil. "Não queremos ter ações
redundantes. O nosso objetivo não é disputar com o governo federal, mas
contribuir para que o plano nacional seja mais abrangente e o mais acolhedor
das necessidades do Nordeste", afirmou.
Apesar de ter o Mais Médicos como principal referência, o
programa do Consórcio Nordeste não prevê a retomada da parceria com a Opas para
contratação de médicos cubanos.
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