Indagado sobre a possibilidade de ocorrerem no Brasil
manifestações de rua semelhantes às que têm balançado o Chile nos últimos dias,
o apresentador Luciano Huck, apontado como possível candidato à Presidência em
2022, disse que, se o Estado brasileiro não aliar políticas sociais eficientes
às ações liberais, o País pode sofrer uma convulsão social em médio prazo.
"É óbvio que a gente tem que tentar construir um País
eficiente em termos de gestão, mas ele tem que ser afetivo. Se a gente não
cuidar das pessoas, este País vai implodir porque ele é muito desigual",
disse Huck durante o 12º Encontro de Líderes da Comunitas realizado hoje em São
Paulo.
Diante de uma plateia composta por governadores e alguns
dos mais importantes empresários do País, Huck disse que o Chile, até pouco tempo
apontado como exemplo de eficiência fiscal e de sucesso do modelo liberal, deve
servir de exemplo para o Brasil.
"O Chile, quando você conversa com os liberais, até 15
dias atrás era o 'state of art' (estado de arte). Só que esqueceram das
pessoas. Então virou exemplo de eficiência sem afetividade. O que está
acontecendo no Chile tem que ser uma lição", disse o apresentador.
Huck, mais uma vez, se esquivou de responder se pretende
ser candidato em 2022. Segundo ele, a discussão é prematura, faltando três anos
para as eleições. Questionado sobre as candidaturas avulsas, disse ser contra.
O apresentador, no entanto, afirmou que pretende continuar participando e
opinando sobre os grandes problemas nacionais.
O modelo liberal, disse, deve ser acompanhado daquilo que
chama de "afetividade", sob o risco de a desigualdade social, em
algum momento, gerar reações populares semelhantes à do país andino.
"Concordo com as teses liberais. O que eu tenho dito
aqui na (Avenida) Faria Lima (centro financeiro de São Paulo) é que, se o País
estiver crescendo, for mais eficiente, desburocratizado, com acesso ao crédito
e se você puder sair na rua e não for assaltado, está bom. Está tudo certo. Mas
existe um outro lado de São Paulo e do Brasil que precisa de muita atenção e o
Estado vai ter que participar", afirmou Huck. "Não acho que vá
eclodir alguma manifestação popular no curto prazo no Brasil, mas se a vida não
melhorar para valer...", sugeriu o apresentador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário