O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito a
aliados que, na hipótese de deixar a prisão em breve, pretende rodar o Brasil e
assumir o papel do que tem chamado de "fio condutor da pacificação
nacional".
A expectativa pela liberdade ocorre no momento em que o STF
(Supremo Tribunal Federal) inicia o julgamento sobre a constitucionalidade da
prisão de condenados em segunda instância, e a Segunda Turma da corte se
prepara para retomar a discussão sobre a alegada suspeição do ex-juiz Sergio
Moro, que pode levar à anulação da condenação do petista no caso do tríplex de
Guarujá.
Em conversas recentes na sede da Superintendência da
Polícia Federal em Curitiba, Lula tem adotado o discurso de que é preciso
trabalhar pela unidade nacional e dar um basta ao clima de beligerância que se
acentuou no país desde a eleição de 2018.
"Lula em liberdade é um agente político importante e
vai ter, obviamente, um papel relevante não só para o PT mas também para o
Brasil", disse a presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
"O povo brasileiro tem confiança no Lula
-principalmente o povo pobre- e isso dá a ele condições de ter uma atuação
política de enfrentamento mais sistemático a tudo que está acontecendo e à
destruição a que o país está sendo submetido", afirmou.
Embora Lula possa ser beneficiado ao final do julgamento no
STF das ações que discutem se é constitucional prender condenados antes de
esgotados todos os recursos, o ex-presidente aposta que o Supremo vai
referendar a tese de falta de imparcialidade de Moro, hoje ministro da Justiça,
na condução do processo do tríplex. Nesse caso, a sentença pode ser anulada e o
caso voltaria aos estágios iniciais.
Com isso, Lula sairia da cadeia e também teria de volta os
seus direitos políticos, cassados após a condenação em segunda instância,
enquadrado na Lei da Ficha Limpa. (Diário de Pernambuco)
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