A Federação Única dos Petroleiros (FUP) rejeitou a proposta
enviada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), no dia 19 de setembro, para
um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que retira direitos da categoria. A
rejeição foi aprovada em assembleias realizadas nas bases sindicais da entidade
e no Conselho Deliberativo da FUP, realizada na última sexta-feira (18).
Uma contraproposta da categoria, mantendo os direitos já
conquistados por mais dois anos, foi encaminhada ao TST. O prazo dado pela FUP
à Petrobras e ao TST para a reabertura de negociação se encerra nesta
terça-feira (22).
Se a direção da estatal continuar com sua postura
intransigente e de não dialogar, a greve nacional dos petroleiros começará à
zero hora do dia 26 de outubro, afirma o Secretário de Comunicação da CUT, Roni
Barbosa, que também é petroleiro.
A proposta do TST, além de oferecer um reajuste de apenas
70% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC),
mexe em outros direitos conquistados, e que fazem parte do atual acordo, como o
pagamento de horas extras, que seriam convertidas em banco de horas.
O Tribunal também propôs alterar o plano de cargos,
eliminando promoções automáticas do nível médio para o nível sênior, uma
conquista da categoria para trabalhadores mais antigos.
Para a FUP, a retirada de direitos e o arrocho nos
petroleiros fazem parte da estratégia do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para
privatizar a empresa, enxuta, com menos custos trabalhistas.
“Lamentavelmente, o governo Bolsonaro quer preparar a
empresa para a privatização e, nesses casos, uma empresa que não gasta com
direitos trabalhistas é mais atrativa para os futuros compradores, que querem
apenas lucrar”, pontua o secretário de Comunicação da CUT.
Os trabalhadores também exigem que o atual acordo permaneça
válido por mais dois anos. A Petrobras quer um acordo com menos direitos, com
validade de apenas um ano.
Para a direção da FUP, o acordo deverá também ser estendido
às subsidiárias e à fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, situada no
Paraná.
José Maria Rangel, coordenador da FUP, afirma que “qualquer
coisa diferente disso seria considerada traição aos companheiros e companheiras
que sempre contribuíram para o crescimento da Petrobras”.
*As informações são da CUT
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