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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Não dá para filho do presidente criar crises de forma sucessiva, diz Joice

deputada Joice Hasselmann (PSL- SP)

O governo do presidente Jair Bolsonaro trabalha no Senado para segurar a volta da prisão em segunda instância para proteger Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), diz a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

Ex-líder do governo no Congresso, a parlamentar afirmou ao programa de entrevistas no estúdio do jornal Folha de S.Paulo e do UOL, em Brasília, que o presidente pediu ao líder no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), para atuar contra a medida, que tem forte apelo entre o eleitorado do próprio Bolsonaro.

Segundo ela, pode haver intenção do governo de proteger o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), investigado sob suspeita de promover um esquema de "rachadinha", em que assessores são coagidos a devolver parte do salário a parlamentares.

Joice, deputada mais votada de São Paulo em 2018, está no centro de uma briga de seu próprio partido e engajada em uma guerra virtual com o filho deputado do presidente, Eduardo Bolsonaro (SP).

Líder durante a tramitação da reforma da Previdência, Joice foi retirada do posto por Bolsonaro após tomar o lado de Luciano Bivar (PE), presidente da sigla, na briga que partiu o PSL ao meio. Ela foi contra a ascensão de Eduardo ao posto de líder na Câmara.

Debandada do PSL

"Particularmente, acho que nós deveríamos abrir as portas para aqueles deputados do PSL que não querem ficar. Não querem ficar, podem ir embora, não dá para ficar pressionando para que ninguém fique no partido atacando. Nenhum partido que tenha mais de 20 deputados pode ser chamado de partido nanico.


Nós vemos partidos, como o Podemos, o Cidadania e outros, com o seu posicionamento e espaço na Câmara, fazendo um trabalho dentro das suas ideologias, e nem por isso são exatamente nanicos.

O PSL continua entre os maiores partidos da Câmara. Mas, desses 24 parlamentares, nós percebemos que houve muita pressão do Palácio, de ministros, em cima de alguns. Isso foge do jogo democrático, lamentavelmente.

Acredito que metade deles volte para cá. Os mais xiitas vão para o partido [que Bolsonaro quer criar, a Aliança pelo Brasil], sejam felizes, vão fazer seu trabalho. Querem continuar sendo só ativistas, sem trabalhar para o povo, sem realmente conseguir vitórias do Brasil? Vai com Deus."

Decepção com Bolsonaro

"Não fui eu quem abandonou o presidente Bolsonaro. Foi ele que abandonou muitos daqueles que lutaram fielmente por ele, do lado dele, para que nós pudéssemos fazer um país melhor e aí eu posso te dar uma lista infinita de pessoas, Santos Cruz [ex-ministro de Secretaria do Governo], o próprio general Ramos [atual ministro da pasta], que foi atacado muitas vezes pelos filhos, Mourão [vice-presidente], Bebianno [ex-ministro da Secretaria-Geral]. Matéria completa na Folha de Pernambuco.


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