247 - O ex-ministro Aloizio Mercadante, em análise
semanal na TV 247, falou do cenário econômico mundial e avaliou economicamente
o ano de 2019 para o Brasil. Ele comentou o enfraquecimento do relacionamento
comercial com a China, a precarização da aliança com o Mercosul e as
“agressões” ao mundo árabe.
Mercadante explicou que a economia internacional vive um
momento delicado por conta de um fenômeno conhecido como “estagnação secular”.
Além disso, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também provoca
consequências. “Nós vivemos na economia internacional um momento muito
delicado, você tem uma disputa estratégica, uma bipolaridade econômica
comercial entre Estados Unidos e China, a Rússia se alinhando à China, e essa
bipolaridade trouxe a guerra comercial que incidiu no comércio mundial já em um
cenário que alguns economistas chamam de ‘estagnação secular’. Ela já vinha
desacelerando, a China desde 2010 desacelerando significativamente e na Europa
vários países em recessão”.
Diante deste cenário, o ex-ministro esclarece que é
necessária por parte do governo brasileiro muita cautela e prudência o que,
segundo ele, não são características de Jair Bolsonaro e equipe. “Em um quadro
como esse você precisa ter muita prudência, muito cuidado com os movimentos que
o Brasil faz. O Brasil tem menos de 2% da economia mundial, então o que
acontece lá fora tem impacto aqui dentro. A gente acha que o Brasil é grande, é
grande, a sexta economia, mas nós somos menos de 2% da economia mundial. Nós
temos que ter muita prudência, coisa que esse governo não tem, é um presidente
completamente despreparado para a complexidade do cenário que nós
atravessamos”.
Ele relembrou alguns episódios trágicos em 2019 do ponto de
vista diplomático que, por consequência, afetam a economia em 2020, tais como:
comércio com a China, instabilidade do Mercosul e ataques à Liga Árabe. “O
ministro das Relações Exteriores já é uma caricatura na política internacional.
Nós fomos agredindo vários parceiros e na hora da crise, em momento delicado em
que se precisa de cuidado e cautela, de quem você cuida? Dos amigos, não do
adversários, não de quem te criou problema. Então as exportações para a China,
a principal fonte do comércio exterior, que vieram crescendo durante todos os
13 anos do nosso governo, caíram 2% em 2019, primeiro ano de queda importante.
Nós importamos mais de US$ 60 bilhões para a China, é mais da metade do nosso
superávit comercial. O Mercosul, uma conquista fundamental para a nossa
indústria, teve uma queda de 36% das exportações para a Argentina, evidente que
tem a ver com a crise argentina, e além disso você agride um parceiro. Com o
mundo árabe foram várias agressões, aquela coisa completamente descabida de
levar a embaixada [de Israel] para Jerusalém”. (Brasil247).
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