Por Jake Spring
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil exportou durante o último ano
milhares de carregamentos de madeira a partir de um porto na Amazônia sem
autorização do Ibama, aumentando o risco de o material ter origem em terras
desmatadas ilegalmente, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto
à Reuters.
Depois que autoridades alfandegárias da Europa e dos
Estados Unidos alertaram o Brasil sobre a questão, o presidente do Ibama,
Eduardo Bim, mudou os regulamentos para acabar com as autorizações de
exportação anteriormente exigidas, de acordo com um documento interno visto
pela Reuters.
As mudanças feitas pelo presidente do Ibama rejeitaram uma
análise técnica de cinco analistas do Ibama que argumentaram que as aprovações
de exportação deveriam permanecer em vigor.
As duas fontes do Ibama, que trabalharam diretamente na
inspeção de madeira e falaram sob condição de anonimato devido a preocupações
com repercussões profissionais, disseram que as mudanças enfraquecem ainda mais
a capacidade do Brasil de controlar a exportação de madeira desmatada
ilegalmente.
O Ibama respondeu a perguntas da Reuters sobre a situação
com uma descrição técnica detalhada do atual processo de exportação de madeira,
sem mencionar a necessidade anterior de uma autorização separada da agência.
O Ibama se referiu às autorizações de exportação concedidas
pela Receita Federal, dizendo que são concedidas somente após uma referência
cruzada com um sistema nacional para supervisionar a madeira para verificar se
ela é de origem legítima.
O Ibama ainda é capaz de fazer inspeções pontuais de cargas
de madeira destinadas à exportação, disse o documento.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília)
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