De acordo com a análise do Instituto de Comunicação e
Informação em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 7,8
milhões de brasileiros estão a, pelo menos, quatro horas de distância de um
município que ofereça atendimento de alta complexidade, com unidade de terapia
intensiva (UTI), capaz de receber pacientes graves de covid-19. A pior situação
ocorre no Amazonas, Pará e Mato Grosso, onde mais de 20% da população
mora em áreas afastadas.
A velocidade em que o vírus se interioriza também foi ponto
de alerta. Os estudiosos avaliaram que, em apenas uma semana (de 9 a 16 de
maio), nos municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, a cada dia,
seis cidades registravam pela primeira vez uma morte pela doença. Entre
municípios menores, com população de 10 a 20 mil habitantes, a inclusão foi de
cinco cidades a cada dia.
A nota técnica destacou que a acessibilidade geográfica é
um dos grandes desafios da rede pública brasileira, devido às dimensões
continentais do país. “É evidente que nem todos os municípios do país devem ter
um centro de tratamento intensivo, mas é necessário definir serviços de
referência e contra referência no atendimento à saúde, evitando vazios de
atendimento, bem como deslocamentos longos, que podem afetar o estado de saúde
do indivíduo”, alertou a equipe.
A recomendação é que, para conseguir atender a regiões mais
distantes, seja bem delimitada a unidade de referência de cada cidade,
necessitando, para isso, do diálogo entre estados e municípios. “Se o argumento
é achatar a curva para evitar o colapso do sistema de saúde, é preciso definir
de forma clara e célere a região a que está se referindo e, com isso, de qual
rede/sistema de saúde estamos falando.” (Correio Braziliense)
Nenhum comentário:
Postar um comentário