Em debate no Senado Federal, o presidente da Confederação
Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, destacou a preocupação da
entidade caso as eleições municipais sejam mantidas em 2020. Por
videoconferência na tarde desta segunda-feira, 22 de junho, ele pontuou os
riscos de saúde para a população, além de questões econômicas e jurídicas, como
a desigualdade de oportunidades para candidatos que estejam em grupo de risco
para a Covid-19. Com a participação do presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a sessão reuniu ainda
especialistas da área de saúde e juristas. As informações são da Agência CNM de
Notícias.
Os convidados debateram o adiamento do pleito diante da
pandemia do novo coronavírus. O Senado pretende levar o tema à votação no
plenário da Casa nesta terça-feira, 23. Entre as possibilidades, há
parlamentares que propõem suspensão do pleito para unificação com as eleições
gerais em 2022 e outros que tratam do adiamento para o fim de 2020, entre
novembro e dezembro. Hoje, as eleições estão previstas para outubro.
“Estamos ouvindo prefeitos, universidades e cientistas
que estão estudando o tema e entendemos que o Brasil não reúne condições
sanitárias, sociais, econômicas e jurídicas para manutenção das eleições em
2020. Ninguém sabe o que vai acontecer. Não temos garantia sanitária nenhuma”,
resumiu Aroldi. Ele ressaltou que as próprias autoridades de saúde presentes no
debate apontaram a impossibilidade de definir o cenário futuro.
Na ocasião, os três especialistas convidados a falar
sobre o ponto de vista científico da pandemia e o impacto nas eleições
concordaram com o adiamento para o fim de 2020. O infectologista David Uip
destacou, no entanto, que não há certezas no contexto atual e que defende a
proposta dentro do que acha mais razoável. “Não é possível prever com exatidão
o que acontecerá nos próximos meses. Nada indica que estamos ultrapassando o
pico da pandemia, estamos diante do recorde de mortes. [...] Ninguém tem
resposta definitiva. Pandemia é um aprendizado do dia a dia”, justificou.
Com informações são da Agência CNM de Notícias
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