O número de beneficiários do Bolsa Família supera o de empregos com carteira assinada (o que exclui setor público) em 10 Estados das regiões Norte e Nordeste.
Só 3 na região Norte (Tocantins, Rondônia e Roraima) e 3
no Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco) registram mais empregos
formais com carteira que benefícios no programa.
Até março eram 8 Estados com mais benefícios do que
empregos formais. O Bolsa Família ultrapassou as vagas com carteira de trabalho
assinada no Amazonas e em Sergipe a partir de abril. Existiam 10 Estados com
mais beneficiários já em 2018, número que caiu em 2019.
No Ceará e em Pernambuco, o número de empregados supera o
de beneficiários do Bolsa Família em menos de 2%. Em Sergipe, o número de
beneficiários cresceu em abril, por isso ultrapassou o de empregos. Mas depois
as vagas de trabalho também caíram.
A situação dos locais mais pobres piorou com a pandemia,
mas o problema é crônico. Basta olhar não só a fotografia atual, mas o filme
dos últimos 10 anos. Nesse período, sempre de 8 a 10 Estados do Norte e do
Nordeste tiveram mais beneficiários do Bolsa Família do que empregos formais.
Foi assim mesmo nos anos em que o desemprego atingiu os níveis históricos mais
baixos, em parte do governo de Dilma Rousseff.
O Bolsa Família é apenas 1 dos canais de ajuda federal,
Há dinheiro também de outras transferências obrigatórias. Estados e municípios
não têm arrecadação tributária que sustente a máquina. Dependem dos fundos
federais. Graças a isso, pagam salários de funcionários públicos, que sustentam
o fraco setor privado. Há também as aposentadorias, sem as quais a maior parte
das cidades do interior simplesmente não existiria.
A ideia do Bolsa Família é melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ao longo de várias gerações. Por Tiago Mali, Paulo Silva Pinto e Hamilton Ferrari do Poder360.
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