A terceira maior processadora de carne de frango e suína
do Brasil, Aurora Alimentos, confirmou na noite de segunda-feira um veto
de Hong Kong a importações de sua unidade de frango de
Xaxim, em Santa Catarina, por preocupações com o coronavírus.
A confirmação do veto veio no mesmo dia em que a empresa
concordou em testar 11 mil trabalhadores para coronavírus a partir de 21 de
agosto em quatro de suas fábricas, segundo um comunicado do Ministério Público
do Trabalho (MPT) em Santa Catarina.
A Aurora, que na semana passada foi identificada por
autoridades chinesas como origem de produtos de frango nos quais teriam sido
encontrados traços de coronavírus, manifestou-se sobre a situação e seus
próximos passos por meio de um comunicado da Associação Brasileira e Proteína
Animal (ABPA).
“Sobre o anúncio feito pelas autoridades de Hong Kong,
a ABPA informa que está apoiando a companhia para a apresentação de
esclarecimentos”, afirmou o comunicado.
A ABPA reiterou que não há evidência de que o novo
coronavírus seja transmitido por alimentos.
A Aurora não foi oficialmente notificada sobre a decisão
de Hong Kong, disse a ABPA, acrescentando que ela pode recorrer à
Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver a questão, uma vez que o
veto “não tem base científica”.
Pelo acordo entre a Aurora e procuradores anunciado na
segunda-feira, os testes para coronavírus serão realizados em dois estágios,
com intervalos de 14 a 31 dias em quatro unidades.
A Aurora pagará por testes com método RT-PCR para os
trabalhadores de Guatambu, Xaxim e de duas unidades em Chapecó, segundo o
comunicado do MTP. Cerca de 2.279 funcionários serão testados na unidade de
Xaxim.
Um total de 22 mil testes deve ser aplicado, o que
representa 10% dos testes totais já realizados no Estado de Santa Catarina
desde o início da pandemia, segundo o MPT. Por Reuters.
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