Caso o Congresso Nacional não derrube os vetos do
presidente Jair Bolsonaro ao novo Marco Legal do Saneamento, governadores não
descartam a judicialização da nova lei. Para eles, o principal ponto de
questionamento, que pode ser levado ao Supremo Tribunal Federal, é o período de
transição para as empresas estatais que prestam serviço de saneamento se
adequarem à entrada de empresas privadas na disputa pelo mercado.
“A nova legislação só tramitou e foi aprovada pelo
Congresso Nacional por causa do acordo em torno artigo 16, que previa que as
estatais prestadoras dos serviços de saneamento básico nos estados pudessem
renovar, sem licitação, seus contratos por mais 30 anos sem nova prorrogação ou
adição de vigência contratual. E esse artigo foi justamente alvo do veto
presidencial”, afirmou o deputado federal Danilo Cabral (PSB).
O parlamentar participou de reunião promovida pela Abes
(Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) em parceria com
Aesbe (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento) e a Assemae
(Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento) ao lado dos
governadores Paulo Câmara(PSB), Flávio Dino (PCdoB), Fátima Bezerra (PT),
Ronaldo Caiado (DEM), de Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Goiás, respectivamente.
Também estiveram presentes os deputados federais Fernando Monteiro (PP-PE),
Gervásio Maia (PSB-PB) e Afonso Florence (PT-BA).
De acordo com Ronaldo Caiado, não há interesse em
promover queda de braço com o governo federal pelo Marco Legal do Saneamento.
Ele afirma, no entanto, que é preciso reverter a decisão no Congresso para
flexibilizar a transição para as estatais de saneamento. E citou o exemplo de
Goiás, onde 40 municípios superavitários sustentam a prestação de serviços de
saneamento para os 206 restantes no estado.
O governador Paulo Câmara destacou que o posicionamento dos governadores não se trata de preconceito à iniciativa privada. Em Pernambuco, como ele frisou, está em vigor a maior parceria público privada (PPP) na área de saneamento do Brasil, mas que precisa preservar os investimentos, sobretudo, nos menores municípios do país. (Blog da Folha)
Nenhum comentário:
Postar um comentário