A maior parte do desmatamento na mata atlântica -71%- concentrou-se em apenas 100 municípios, que representam 3% dos 3.429 municípios inseridos no bioma, entre 2018 e 2019. Os dados são do Atlas dos Municípios, da Fundação SOS Mata Atlântica.
No topo do ranking, o município piauiense de Manoel
Emídio teve 879 hectares desmatados no período, seguido de Gameleiras (MG), com
434 hectares, Canto do Buriti (PI), com 404 hectares e Novas Laranjeiras (PR),
com 332 hectares.
A cidade turística de Porto Seguro (BA) aparece no sexto
lugar, com 240 hectares desmatados, o que é movido pela extração ilegal de
madeira, principalmente no parque nacional do Monte Pascoal.
Dos 100 municípios que mais desmataram, 40 estão em Minas
Gerais, 23 na Bahia, 22 no Paraná e 15 em outros estados.
As pressões econômicas que movem o desmatamento nessas
regiões são distintas. Na região do Matopiba -região com trechos de mata
atlântica entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia- há expansão de terras do
agronegócio.
Já em Minas Gerais, o que motiva o desmatamento é a
produção de carvão vegetal usado em fornos para obtenção do ferro-gusa, assim
como a substituição da floresta nativa por plantio de eucaliptos.
No Paraná, o desmate se concentra em regiões de mata de
araucárias, exploradas para uso na construção civil e também para abrir áreas
para o agronegócio.
No início do ano, os produtores rurais do estado, através
da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), tentaram anular a
aplicação da lei da mata atlântica, com a anistia a desmatadores do bioma.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a
assinar essa decisão via despacho, em abril, mas recuou após manifestação do
Ministério Público Federal.
A tentativa buscava aplicar o Código Florestal, que é de
caráter geral e anistia o desmate feito até 2008, ignorando a lei específica
sobre a mata atlântica, que exige a recomposição da vegetação nativa ou
compensação de uma área equivalente. Informação completa no Diário de Pernambuco.
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