Publicada na edição extra do Diário Oficial de Pernambuco
na última sexta-feira (7), a portaria que estendeu o funcionamento de bares e
restaurantes até às 22h a partir desta segunda-feira (10) trouxe uma novidade
que soou como acalento para alguns músicos e cantores diante da crise da pandemia:
a liberação de apresentações nesses estabelecimentos alimentares. A portaria
foi resultado de um pleito da categoria de músicos da Região Metropolitana do
Recife e também do interior. Esse retorno, como esperado, conta com alguns
protocolos.
De acordo com Maíra Fischer, secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, foi autorizada a execução de um som de até 60 decibéis. Não existe limitação em relação a quantidade de integrantes da banda, desde que o protocolo do volume seja seguido. Só podem receber atrações musicais os estabelecimentos que já tiverem o alvará para esse tipo de prática.
"Até chegarmos na decisão, precisávamos entender como essa atividade poderia funcionar com um risco reduzido. Após todas as conversas, decidimos que podem funcionar apresentações para o público que está sentado nas mesas. As pessoas precisam estar todas sentadas", ressalta Maíra. "A altura de 60 decibéis é como um som ambiente, no mesmo nível das pessoas conversando. Não podem ser realizadas apresentações barulhentas, pois não estamos falando de casas de shows, mas sim do segmento de alimentação".
O estabelecimento que não possui alvará para realização de apresentações deve procurar sua administração municipal. Na Prefeitura do Recife, por exemplo, quem libera o alvará é o órgão ambiental. É possível que existam ruídos de informações, levando alguns proprietários a realizarem eventos mais próximos de shows convencionais. "Nesse caso, o estabelecimento pode sofrer uma infração da vigilância sanitária. A Secretaria de Defesa Social atua no caso de aglomeração, que é o mais grave", explica Fischer. Sobre a volta definitiva dos eventos, a secretária afirma que diálogos ainda estão sendo feitos com o setor: "Como vai voltar? Quais serão os formatos? As regras? Serão os eventos menores primeiro? Precisamos de fazer toda essa análise."
Italo Thiago, 30, é vocalista da banda Novo Olhar, que
realiza shows de pagode e samba em barzinhos das zonas Oeste e Norte do Recife.
"Eu fiquei feliz com a novidade, pois na nossa banda tem pessoas que
trabalham apenas com música. Já apareceu um convite de um bar, acredito que
para a semana que vem. Vamos entrar em contato com outros barzinhos que sempre
tocamos para aumentar a nossa agenda", conta. João Hermes de
Medeiros, que mantém o projeto solo Herminho, também consegue renda através de
shows em bares e recebeu bem a notícia. "Eu achei importantíssimo porque
estamos há quase seis meses parados. Para quem vive só disso é muito
complicado. Temos uma equipe de oito pessoas e muitos ficaram parados nesse
tempo todo", diz.
Rafael Pereira, 37, trabalha como técnico de som em eventos musicais. "Meu
real segmento real é o de shows, mas será bom se os bares onde eu já trabalhei
colocarem atrações musicais. Será como uma ajuda." Palas Pinho, vocalista
da banda Amigas do Brega, acredita que a iniciativa não resolve totalmente o
problema das bandas, mas é um primeiro passo. "É um pontapé inicial para
que nós possamos retornar ao trabalho", disse.
Petrúcio Amorim acredita que ritmos dançantes, como o
forró, não colaboram para que as medidas sejam seguidas. "Achei cedo para
esse retorno porque a música é agregação. Quando a música é alegre, isso
insinua que as pessoas possam ficar animadas, dançar, pegar no corpo do
outro... Acredito que ninguém vai obedecer esse distanciamento. Acho que isso
funciona para quem toca apenas violão ou piano, quando não existe um ritmo
dançante." As informações é do Diário de Pernambuco.
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