Com 100% das urnas
apuradas, a capital pernambucana consolidou a disputa do segundo turno entre
João Campos (PSB), que obteve 233.028 votos (29,17%) e Marília Arraes
(PT), que conquistou 223.248 votos (27,95%). No mesmo palanque da Frente Popular
em 2018, PT e PSB agora disputam o comando da prefeitura do Recife em lados
opostos. A PCR esteve os últimos oito anos em poder dos socialistas e, por
três gestões do Partido dos Trabalhadores antes dos socialistas. Foi o que informou a Folha de Pernambuco.
Em 2016, PSB e PT já
haviam disputado um segundo turno entre Geraldo Julio (PSB) e João Paulo (PT),
quando Geraldo se elegeu pra seu segundo mandato - em 2012, Geraldo ganhou já
no primeiro turno, com 51,15% dos votos, em um pleito que tinha Humberto Costa
como candidato petista em terceiro lugar, com 17,43% dos votos.
João Campos (PSB)
manteve-se na dianteira das pesquisas ao longo de toda a campanha do primeiro
turno dessas eleições. Depois de se eleger em 2018 como o deputado federal mais
votado de Pernambuco, João conseguiu imprimir sua personalidade na campanha e
chega forte para o segundo turno.
No lado petista, a mesma executiva nacional que em 2018 tirou
Marília Arraes da disputa ao Governo do Estado para formalizar um acordo com o
PSB visando a neutralidade dos partidos na campanha nacional, fato que isolou
Ciro Gomes e beneficiou a candidatura de Fernando Haddad - agora aposta suas
fichas na candidatura da petista no Recife. Também deputada federal e com a
experiência de ter sido vereadora na cidade, Marília tentará quebrar a
hegemonia do PSB no Recife e levar seu partido de volta ao comando da
Prefeitura na Capital.
Agora com mesmo tempo de guia eleitoral na televisão e rádio,
será o momento do embate de ideias entre os dois candidatos mais bem votados
para definir quem governará a cidade nos próximos quatro anos. Um dado
importante desse resultado é que ele representa a continuidade da sucessão de
poder entre PSB e PT e mais uma derrota do projeto político da direita no
Estado, inclusive do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que
apoiou a candidatura da delegada Patrícia Domingos (Podemos) na reta final de
campanha, o que coincidiu com a queda da candidata nas pesquisas.
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