Uma reunião entre a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) e a farmacêutica Pfizer foi marcada para esta 4ª feira
(30.dez.2020) em Brasília. A discussão gira em torno do registro da vacina
produzida pela multinacional norte-americana, em meio a uma tensão crescente
entre as partes.
A Pfizer acusa excesso de burocracia da agência para o
registro da vacina emergencial, enquanto a Anvisa afirma que não fez nenhuma
exigência diferente do órgão regulador equivalente dos Estados Unidos.
Nesta 2ª feira (28.dez.2020), o presidente Jair Bolsonaro
questionou o interesse dos laboratórios em vender a vacina ao Brasil: “Por
que eles não apresentam documentação [de certificação] na Anvisa?”,
afirmou. “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Não, se eu sou vendedor,
eu quero apresentar”, acrescentou.
No mesmo dia, a Pfizer então soltou uma nota (íntegra – 206 KB) criticando a
agência reguladora, alegando que o órgão estabelece exigências que tornam o
processo de solicitação de uso emergencial mais demorado do que outras
permissões.
“Com base na regulamentação atual definida para uso
emergencial, a companhia entende que o processo de submissão contínua é o mais
célere neste momento“, declarou a Pfizer, em nota.
A Anvisa rebateu a Pfizer nesta 3ª feira (29.dez.2020),
argumentando que a avaliação para uso emergencial da agência é semelhante ao da
agência federal do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos,
a FDA (Food and Drug Administration).
“Me causa espécie o pronunciamento de que estava com
dificuldade pelas solicitações da Anvisa. Os aspectos são os mesmos da FDA para
uso emergencial. Eu que estranho que a Pfizer pense dessa forma. Não temos os
detalhes da submissão que está acontecendo. É diálogo do laboratório com a
Anvisa. Não sei se faltou uma folha, uma planilha. Dessa forma não temos como
estimar quando será concedido (o registro da vacina)”, disse o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, em entrevista coletiva
feita no prédio da pasta. (Poder360)
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