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sexta-feira, 5 de março de 2021

Berço do gênero musical, Pernambuco agora tem seu Dia Estadual do Choro

Pernambuco agora tem um dia seu para celebrar o choro, gênero musical que consagrou no Estado nomes como João Pernambuco, Tia Amélia, Zé do Carmo, Rossini Ferreira, Luperce Miranda, Quincas Laranjeiras e Mestre Chocho, entre tantos outros músicos, musicistas, cantores e cantoras do estilo. Criado por meio da Lei 14.178/2021, de autoria do deputado Waldemar Borges, o Dia Estadual do Choro João Pernambuco, proposta pioneira em todo o Brasil, será celebrado no dia 16 de Outubro, e leva no seu título uma homenagem a um grande mestre do choro pernambucano.

O anúncio público está marcado para o dia 25 deste mês, durante a Grande Roda de Choro no encerramento do Festival do Choro João Pernambuco, que terá as gravações realizadas em estúdio e o encerramento no Teatro do Parque, seguindo as recomendações para prevenção da pandemia. A iniciativa conta com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE).

A ideia da criação desta data foi do coletivo Isto é Choro!, grupo que reúne grande parte dos artistas que sentiam falta de uma data oficial que demonstrasse a importância deste estilo musical no Estado. O coletivo é liderado pelo produtor cultural Wagner Staden; por Walmir Chagas, criador do personagem Véio Mangaba, artista e pesquisador cultural; e pelo artista Betto do Bandolim.

“A ideia surgiu em 2017, a partir de um movimento de valorização do choro no Estado que tomou impulso com a titulação do Mestre Chocho (in memorian) como Patrimônio Vivo de Pernambuco”, explica Wagner Staden, que trabalhou como produtor do Mestre Chocho nos últimos anos.

Betto do Bandolim é músico, arranjador e compositor, “um chorista completo”, nas palavras do Véio Mangaba. Para ele, assim como o Rio de Janeiro, Pernambuco sempre foi um polo fortíssimo no choro. “Desde a galera que saiu daqui, como o mestre João Pernambuco, Tia Amélia, Quincas Laranjeiras, até a geração anterior a minha, como Rossini Ferreira e Canhoto da Paraíba”.

“Muitos músicos daqui foram pra o Rio de Janeiro ensinar o pessoal porque o choro da gente tem um sotaque diferente. Como temos uma diversidade musical fora do comum, nosso choro lembra o baião, xote e frevo, diferente do carioca, que é mais focado no samba”, revela Betto do Bandolim.

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) acompanhou de perto o processo e deu todo o apoio e aval junto à Alepe e ao Governo de Pernambuco para a criação da Lei.

“Pernambuco agora pode dizer que tem uma data sua para celebrar o choro, gênero que nos deu a oportunidade de gerar aqui no nosso estado mestres como João Pernambuco e o saudoso Mestre Chocho, além de vários outros artistas consagrados e que seguem na linha de frente de defesa desse nosso patrimônio”, comemora Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

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